The Boys
Essa associação se intensificou, especialmente após o final da terceira temporada, que revelou uma clara polarização em torno do seu personagem central, o Capitão Pátria. Este personagem, interpretado de forma impressionante por Antony Starr, é uma versão distorcida de figuras como Donald Trump, combinando armas políticas e ideais nacionalistas com poderes sobre-humanos reminiscentes do Superman.
Capitão Pátria utiliza habilmente a máquina midiática para promover sua própria imagem, disseminando factoides e fake news, enquanto explora um nacionalismo exacerbado, muitas vezes fabricando ameaças terroristas inexistentes. Suas ações violentas são cada vez mais exibicionistas e sanguinárias, culminando no chocante assassinato de um manifestante diante de uma multidão, utilizando raios lançados pelos olhos. O público, influenciado por uma cultura de culto à sua figura, aplaude esses atos.
Embora não seja um candidato político formal, sua influência e liderança o colocam em um patamar acima dos próprios candidatos presidenciais dos Estados Unidos. A série reflete inevitavelmente a politização intensa, ecoando dinâmicas semelhantes às vistas na atual política americana, incluindo a reaparição de Donald Trump na corrida presidencial e as críticas ao governo democrata de Joe Biden.
A série tem como trunfo sua amplitude temática, evidenciada especialmente no início da quarta temporada, lançada em 13 de junho com episódios semanais no Prime Video. À medida que a trama avança para seu desfecho planejado em cinco temporadas, algumas subtramas paralelas mostram sinais de desgaste, tornando-se um peso desnecessário carregado pelos roteiristas.
Embora pontuada por momentos de surrealismo, como o episódio “Supersuruba” da terceira temporada, onde heróis utilizam seus poderes de formas inusitadas, a série mantém uma conexão intrigante com a política e a divisão ideológica, refletindo perigosamente a realidade contemporânea das democracias ao redor do mundo em tempos de eleições.
The Boys, para os iniciantes, é uma adaptação das histórias em quadrinhos criadas por Garth Ennis e Darick Robertson, publicadas entre 2006 e 2012, ambientadas em uma sociedade semelhante à nossa. No entanto, nessa realidade, existem indivíduos com habilidades sobre-humanas, como super velocidade, super força, voo, elasticidade corporal, controle sobre elementos como fogo e gelo, entre outros.
Neste cenário, os “supes” (como são chamados na série, sem o “r” de super) são controlados por grandes corporações que os transformam em máquinas de lucro na indústria cultural, uma dinâmica que poderia fascinar os estudiosos da Escola de Frankfurt, como Adorno e Horkheimer.
Globo
‘Algum Lugar Especial’ (Nowhere Special). Às 15h25, na Globo. Drama, Inglaterra, 2020. Dirigido por Uberto Pasolini. Estrelando Carol Moore, Daniel Lamont, James Norton e Valene Kane. Quando John descobre que lhe restam apenas alguns meses de vida, ele se empenha em encontrar uma nova família para seu filho, determinado a protegê-lo da dura realidade da vida.
SBT
‘Ponto Cego’ (Blindspotting). Às 23h00, no SBT. Ação, EUA, 2018. Dirigido por Carlos Lopez Estrada. Com Daveed Diggs, Rafael Casal e Tisha Campbell-Martin. A três dias de concluir sua condicional, o ex-presidiário Collin, que agora trabalha como motorista de caminhão, testemunha um crime violento envolvendo um policial. Ele se vê diante do conflito entre fazer o que é certo ou simplesmente seguir adiante com sua vida.
Prime Video
O documentário ‘Eu Sou: Celine Dion’ estreia no Prime Video hoje. O filme oferece uma visão honesta e íntima dos bastidores da luta de Celine Dion contra a síndrome da pessoa rígida, uma doença que transformou sua vida. Ao mesmo tempo, o documentário celebra a música que tem sido uma constante guia na vida da cantora, destacando a resiliência do espírito humano e servindo como uma carta de amor aos seus fãs.