S. S. PARAÍSO – O incêndio no aterro sanitário em São Sebastião do Paraíso completou cinco dias nesta quarta-feira e a suspeita é que ele tenha sido provocado por ação criminosa.
O fogo teve início na noite de sexta-feira, 20, e apesar das ações do Corpo de Bombeiros e de funcionários da prefeitura que atuam desde a madrugada do sábado, a queima dos detritos continua gerando fumaça tóxica que, conforme a direção do vento, cobre a cidade.
Segundo o prefeito Marcelo Morais, o caso já foi levado ao conhecimento das autoridades policiais e há fortes suspeitas de que o início do fogo no local foi provocado de forma criminosa.
“Temos feito tudo o possível para controlar a situação, conter o avanço do fogo. Continuamos monitorando a situação a todo momento, para evitar maiores danos”, comenta.
Ainda de acordo com Marcelo Moraes a prefeitura fez investimentos no aterro para ampliar a capacidade de recebimento de resíduos. “Gastamos cerca de R$ 3 milhões para a construção da nova célula que possui 18 mil metros cúbicos. Fizemos o acero no local e outras intervenções para impedir que outras áreas fossem atingidas pelo fogo e continuaremos atentos”, salienta.
Ele afirma que há fortes indícios de que o fogo foi colocado no local de forma intencional. “Temos suspeitas de quem possa ter feito isso, tudo indica que se trata de uma ação criminosa”, observa. O caso da investigação foi repassado a Polícia Civil que vai apurar as circunstâncias sobre o ocorrido”, completa. O prefeito pediu compreensão e alertou quanto ao uso político que possa ser feito diante do ocorrido. “Já sabemos que foram filmar, para fazer vídeos, mas já adianto a todos que estamos tomando todas as providências”, finaliza.
Conforme balanço, até o início da semana foram gastos mais de 50 mil litros de água para tentar conter o fogo. No local, que recebe o lixo da cidade, há muito material combustível, produtos como papel, resíduos plásticos, tecido, couro, borracha que faz com que seja gerada uma fumaça de cheiro muito forte. “Infelizmente é uma situação que incomoda as pessoas e a mim também, estamos cientes e trabalhando para resolver este problema o mais breve possível” afirma o prefeito.
Embora o aterro esteja localizado há cerca de 15 quilômetros do centro de Paraíso, com as mudanças na direçaõ do vento a cidade acaba sendo atingida. Na noite de sábado e também do domingo todo o perímetro urbano ficou coberto pela camada de fumaça. O forte cheiro de queimado pode ser sentido durante todos os dias, sendo percebido de forma mais intenso na zona oeste da cidade e áreas localizadas na direção do aterro, como os bairros Cidade Industrial, Jardim América, Alto Bela Vista, Jardim Europa, Jardim Daniela, Alto Paraíso, Planalto, Jardim Itamarati e Vila Formosa.
“Infelizmente todos nós estamos sofrendo com esta poluição”, lamenta a dona de casa Maria José dos Santos, moradora do bairro Cristo Rei. “Meu pai tem problema de respiração, as vezes precisa usar o balão de oxigênio, tenho crianças pequenas em casa é tudo muito difícil”, reclama a empregada doméstica Lourdes Faustino, do San Genaro. “Se estava ruim com as primeiras queimadas, o calor agora ficou pior com esse cheiro ruim. A garganta, o nariz e os olhos ficam coçando, não sei mais o que fazer”, relata a vendedora Sandra de Jesus Rodrigues.