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Guarda-noturno flagra urutau em Cemei de Passos

O URUTAU FOI FLAGRADO POR UM VIGIA NOTURNO EM UM CRECHE NO JARDIM NOSSA SENHORA DE LOURDES./ Foto: Divulgação.

Ézio Santos

PASSOS – O guarda-noturno Jonathas Teles de Oliveira, de 35 anos, flagrou, na tarde do último domingo, 2, uma ave rara na região, conhecida como urutau. O animal estava na grade de uma das janelas do anexo do Cemei Sueli Imaculada de Souza, localizado na rua das Pitangas, nº 80, no Jardim Nossa Senhora de Lourdes, região do bairro Coimbras.

Segundo o funcionário, que trabalha em uma empresa terceirizada da prefeitura, disse que ao chegar no local para cumprir o horário do plantão, deparou com a ave, também conhecida por mãe-da-lua, uruvati e urutágua.

“Quando olhei na grade vi aquele bicho estranho, comprido, feio, só mexia a cabeça e com os olhos fechados. Pensei que fosse uma coruja de outra espécie que temos por aqui. Veio a noite e quando voltei lá, já tinha ido embora e nunca mais o avistei. Deve ter ido caçar algum alimento”, disse Jonathas.

Segundo ele, no dia seguinte, mostrou a foto e o vídeo que fez durante a passagem do urutau, para sua mãe, Tânia Teles, que é bióloga, professora universitária e gerente de Meio Ambiente do Saae de Passos, que reconheceu a espécie do pássaro.

“Eu logo o defini porque sei um pouco da vida da espécie através de livros que falam sobre animais em geral, e que, por várias vezes foi objeto de estudo quando eu ministrava aulas de biologia. Pena que não tive a mesma oportunidade do meu filho”, lamentou a bióloga.

Camuflagem

A ave urutau-comum de nome científico Nyctibius griseus está presente em lendas e artigos científicos que tentam desvendar seus mistérios e contar suas histórias. O nome Urutau vem da língua tupi e significa ‘ave fantasma’. Esta denominação pode estar associada não somente ao canto que se assemelhar a um lamento, mas também a grande capacidade do animal de camuflar e esconder nas árvores em que pousa.

O urutau possui cerca de 40 cm de comprimento e está presente em todos os biomas do Brasil, sendo mais facilmente encontrado nas bordas das matas e nos campos. Sua distribuição se estende a outros países da América do Sul, como Uruguai, Argentina, Costa Rica e Bolívia.

Além de possuir uma plumagem discreta que confunde facilmente com as cores das árvores, esta espécie possui como estratégia de sobrevivência, o hábito de ficar imóvel com o bico apontado para cima, possibilitando o mesmo de esconder de possíveis predadores, usando a camuflagem para capturar alimento mais facilmente. A ave alimenta de insetos como besouros e mariposas, além de possuir hábitos noturnos.

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