BRASÍLIA – O governo federal lançou, nesta terça-feira, 24, o “Saúde com Ciência”, iniciativa que envolve os ministérios da Saúde, Justiça e Segurança Pública, Ciência e Tecnologia e Inovação e da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU) no combate a fake news sobre vacinação.
Segundo levantamento feito pelo Ministério da Saúde entre julho e setembro deste ano, informações falsas como a de que vacinas causam doenças como câncer, aids ou diabetes ou de que o imunizante contra covid-19 pode provocar modificações na corrente sanguínea ou no DNA estão entre as narrativas mais frequentes em fake news sobre vacinas.
O objetivo do Saúde com Ciência é combater a desinformação e responder de maneira preventiva aos efeitos negativos das redes de disseminação nas chamadas notícias falsas. A proposta faz parte da estratégia para recuperar as altas coberturas vacinais do Brasil diante de um cenário de retrocesso, principalmente nos últimos dois anos, quando foram registrados os piores índices.
A estratégia interministerial é coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretária de Comunicação Social da Presidência da República, com parceria dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Ciência e Tecnologia e Inovação e da CGU e da AGU.
O governo vai fazer parcerias, sem ônus, com as plataformas de redes sociais TikTok, Kwai, YouTube e Google, que irão divulgar conteúdos de serviço e direcionar os usuários para páginas do Ministério da Saúde quando eles realizarem buscas de palavras relacionadas ao tema. Também será criado um canal para tira-dúvidas no WhatsApp, em parceria com a Robbu e a Meta.
O Saúde com Ciência é composto por cinco pilares, que envolvem cooperação, comunicação estratégica, capacitação, análises e responsabilização. O programa prevê ações como campanhas direcionadas, criação de canais de comunicação, acordos com veículos de comunicação e parcerias com plataformas digitais.
No lançamento do programa, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que não adianta o avanço científico e tecnológico, nem a capacidade de produção de imunizantes se a população não se vacinar. “Sabemos que a desinformação está em todas as áreas, mas, quando se trata de saúde e vacina, isso nos afeta de maneira drástica e coloca em risco a saúde da nossa população”, disse Nísia, lembrando que doenças como sarampo e poliomielite, que já foram erradicadas do país, voltam a ameaçar as crianças brasileiras.
Também foi lançado o portal “Saúde Com Ciência” para facilitar o acesso a informações confiáveis sobre vacinação e as fake news que circulam na internet. Alertas e análises sobre desinformações identificadas também serão divulgadas nas redes sociais do governo e em plataformas de mensagens como WhatsApp.