12 de novembro de 2024
PRODUTORES TERÃO QUE SEGUIR TÉCNICAS PARA TER O DIREITO DE UTILIZAÇÃO DO SELO DE PROCEDÊNCIA; CHANCELA RECONHECE A AUTENTICIDADE DOS QUEIJOS PRODUZIDOS NA REGIÃO / Foto: Reprodução
BELO HORIZONTE – A inclusão de São João Batista do Glória na microrregião dos municípios produtores do Queijo Minas Artesanal da região da Serra da Canastra foi oficializada nesta segunda-feira, 11.
O município conta agora o reconhecimento oficial de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência, como um dos oito integrantes da região produtora do Queijo Canastra. A chancela ocorreu em evento na tarde de ontem no Centro de Eventos Joanito da Fonseca.
Portaria 1687 publicada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em 23 de dezembro de 2016 reconheceu o município como o oitavo integrante da Microrregião da Serra da Canastra, que era composta por Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita. Mas o Glória ainda não tinha Indicação Geográfica, conforme explica o historiador e especialista em QMA, Elmer Almeida.
“Está sendo oficializada a entrada de São João Batista do Glória dentro da região da Canastra. Nada mais justo porque o município faz fronteira com Delfinópolis e Vargem Bonita, que já estão incluídos há mais tempo. Os queijos produzidos lá não diferem tanto dos outros feitos na região. São bem semelhantes a qualquer Canastra. Por ser um município pequeno, não há um volume de produção alto igual ao de São Roque, Vargem Bonita e Medeiros, por exemplo. Mas tem uma produção boa com alguns neófitos, pessoas que estão começando a produzir queijo em função dessa conquista da Indicação Geográfica. Isso traz mais fama, né? Mais prestígio e, certamente, agrega valor aos produtos”, afirma.
Chancela
Segundo a Emater-MG, no Glória, há 25 famílias produtoras de QMA. Com o reconhecimento, os produtores que seguem as regras do Caderno de Especificações Técnicas podem fazer o uso do nome Canastra em seus produtos, assim como, utilizar os selos da IG. Esta chancela reconhece a autenticidade dos queijos produzidos na região, valorizando a cultura e a tradição local, impulsionando o desenvolvimento econômico do território e fortalecendo a reputação regional.
“Essa é uma grande conquista para o município, pois possibilita que produtores locais utilizem o Selo da IG. A notoriedade do queijo e as características de cada região permitem que os consumidores valorizem não só o produto em si, mas as histórias e tradições de onde ele é originado”, explica a analista do Sebrae Minas Carolina Alvim.
Registro Sanitário
Para utilizar o Selo de Origem da Canastra, o produtor tem que cumprir uma série de requisitos. Entre eles, apresentar registro sanitário e seguir os padrões sensoriais do produto. A verificação destes critérios que comprovam a procedência e a legitimidade dos queijos produzidos na região da Canastra é feita pela Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan).
“Para o consumidor, a delimitação da área geográfica é a segurança de um queijo com procedência. Para os nossos produtores é a possibilidade de abertura de novos mercados e a garantia de uma melhor remuneração. Isso ajuda a manter as nossas famílias no campo, protegendo uma tradição secular”, afirma o gerente executivo da Aprocan, Higor Freitas.
Canastra
São João Batista do Glória se junta a São Roque de Minas, Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Delfinópolis, Bambuí e Piumhi, que também possuem o direito de comercialização do queijo da Canastra com o selo que comprova a origem, permite a rastreabilidade e inibe a falsificação do produto