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“Gerir uma atuação política não é muito diferente de gerir uma empresa”, aponta Pedro Farah Rousseff

Foto: Reprodução

Dando sequência à série de entrevistas com os novos membros articulistas da Folha da Manhã, neste domingo trazemos um bate-papo com um dos mais jovens parlamentares do país, Pedro Farah Rousseff, de 25 anos, administrador e político brasileiro, atualmente vereador de Belo Horizonte. É sobrinho-neto da 36ª presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o que lhe confere uma enorme responsabilidade. Pedro divide com nossos leitores sobre sua trajetória e também fala da importância da comunicação e ainda de como recebeu o convite para integrar o Grupo Folha.

FM – Você deve ser um dos vereadores mais jovens desta legislatura, correto? Como é para você a questão das redes sociais? Foi algo decisório para a sua campanha ser vitoriosa? Se sim, como usou as redes?

Pedro Rousseff – Chega a ser engraçado, mas por questão de alguns dias, sou o vereador mais jovem da legislatura. O segundo mais jovem foi meu colega de sala. Isso, é claro, traz toda a responsabilidade de atuar de uma forma que mostre que jovem pode, sim, ocupar espaços na política e que conseguimos debater com responsabilidade os temas do país. Sobre o uso das redes sociais, eu sempre gostei de lidar diretamente com as pessoas. Tanto que, até hoje, eu mesmo respondo as DMs (mensagem direta) do Instagram, porque acho que é a melhor forma de manter contato com quem me acompanha. Então foi, é claro, um diferencial: transmitir o que acredito diretamente, conversando com quem concorda com minhas ideias e projeto de Belo Horizonte.

FM – A administração como ciência ajuda na sua trajetória como político? Se sim, de quais maneiras?

Pedro Rousseff – Acho que é fundamental. Gerir uma atuação política não é muito diferente de gerir uma empresa. Claro, tem o componente político, mas é gestão. Além disso, saber o básico de administração ajuda em alguns momentos do ofício de vereador. Compreender a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária), os fluxos de caixa da Prefeitura de Belo Horizonte, as questões mais técnicas do município, tudo isso seria muito mais difícil sem a formação em administração.

FM – Já era articulista em outro veículo de comunicação? Se sim, quais? E como foi que recebeu o convite para participar do Grupo Folha da Manhã?

Pedro Rousseff – Já assinei esporadicamente colunas em outros jornais, mas é a primeira vez que viro colunista de um jornal. Tenho um carinho muito grande por todo o Sul de Minas, viajava bastante com meu pai por aqui quando era mais novo. E justamente por isso, quando fui convidado pelo Folha da Manhã, não pensei duas vezes. É uma forma de me conectar com essa região tão importante do nosso Estado.

FM – Quais os temas da sua coluna na Folha da Manhã?

Pedro Rousseff – Os temas vão ser os do interesse de Passos e região. Como disse, sou um grande admirador do Sul de Minas. Foi o tema da minha primeira coluna, inclusive, que falei da importância de Passos para o futuro político de Minas e do Brasil. Então, minha tentativa é trazer um pouco do que acredito para os leitores da Folha da Manhã, mas sempre pensando na região.

FM – Vê outras possibilidades dentro do Grupo Folha da Manhã, como criar algum podcast ou usar mais as ferramentas digitais? Se sim, como seria?

Pedro Rousseff – Acho que é uma oportunidade e um campo imenso em aberto. Tanto o podcast, quanto o uso das redes sociais e do formato de vídeo, como os reels do Instagram ou o TikTok.

FM – A inteligência artificial vem ganhando campos nunca imaginados. Este é um assunto que domina? Faz parte da sua vida profissional?

Pedro Rousseff – Hoje ainda estamos aprendendo a lidar com a inteligência artificial. Claro, ela ajuda – você consegue tratar dados e acelerar muita coisa que era feita manualmente, por exemplo. Mas precisamos usar com responsabilidade e não confiar 100%. Então, no nosso gabinete, a IA pode ser usada para acelerar processos – escrever um e-mail, por exemplo – mas nunca para a tarefa principal do mandato, que é endereçar problemas dos cidadãos, articular soluções, propor projetos de lei. Isso eu ainda acredito ser só a inteligência humana que consegue fazer.

FM – Como você orienta um jovem do interior de Minas Gerais que queira seguir a carreira política?

Pedro Rousseff – O primeiro passo é gostar de resolver problemas. É o que faço quase o tempo todo. Trabalhar na política é uma responsabilidade e dever imensos, então eu recomendaria se preparar para isso. Estudar, se qualificar, para servir ao público da melhor forma possível. E continuar sempre engajado, se movimentando e se manifestando politicamente. Quem consegue conciliar ambos já está em um excelente caminho.

FM – Qual a sua atuação profissional, além da vereança, para que nossos leitores saibam quem é Pedro Rousseff, nosso novo membro da Folha?

Pedro Rousseff – Após me formar em Administração trabalhei em startups e até no Banco BTG antes de perceber que meu caminho era servir ao público.

FM – Vamos então, falar do consumo de mídias. Depois da pandemia houve uma mudança significativa. Como fica essa mudança de comportamento especialmente para os jornais impressos?

Pedro Rousseff – Depois da pandemia, o digital se consolidou como a principal forma de consumo de informações da população em geral. As pessoas se informam, se entretêm, dialogam pelas redes sociais. Os jornais impressos continuam, é claro, com a relevância e a credibilidade que só o jornalismo sério consegue ter. Mas, se quiserem transmitir sua mensagem, precisam focar no digital, como a Folha da Manhã vem fazendo.

FM- Como vê efetivamente o futuro do jornal Folha da Manhã?

Pedro Rousseff – Acredito que um jornal tão relevante no Sul de Minas vai ganhar cada vez mais destaque. Não é somente uma das regiões mais ricas do Estado, mas também tem lideranças políticas que se cacifam para liderar a política regional. Então a Folha da Manhã está no lugar certo, na hora certa.

FM – A referência de ser sobrinho da ex-presidente Dilma, é um peso ou uma dádiva? Ela foi importante como exemplo para você, politicamente?

Pedro Rousseff – É claro que é uma coisa ótima ter a Dilminha como conselheira e mentora. Mas claro, tem a responsabilidade de carregar o sobrenome. Até porque, se eu fizer besteira, tomo um puxão de orelha vindo da China. Mas, brincadeiras à parte, eu tenho muito orgulho de ser sobrinho e me inspirar numa ex-presidente honesta, que não roubou nem deixava roubar, e que preferiu perder o cargo a perder a dignidade. Isso é a maior inspiração que uma pessoa pública pode ter.

FM – Quais as suas principais bandeiras?

Pedro Rousseff – Defender as pautas de combate à desigualdade e justiça social que aprendi desde cedo. É um absurdo que, em um país tão rico, tanta gente passe fome. E para conseguirmos conquistar um Brasil em que todo mundo tome café, almoce e jante, é preciso combater aqueles que querem deixar o salário mínimo congelado, promover o ajuste fiscal às custas dos trabalhadores e trabalhadoras. É por isso que falo tanto em combater a extrema-direita. Se não derrotamos essa turma, a gente não implementa o que sonhamos para o Brasil. Queria agradecer a Folha da Manhã pela oportunidade e dizer que é uma honra imensa estar começando essa jornada. Vamos juntos!

 

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