Leonardo Pedro
PASSOS – Com cerca de R$1 bilhão investidos na construção da Arena MRV, o Atlético anunciou o adiamento dos eventos de inauguração da sua nova casa. O clube decidiu organizar um evento teste no dia 25 de março, seu aniversário de 115 anos, para pequeno público, entre quatro e cinco mil pessoas.
Originalmente, no dia 25 de março, aconteceria a primeira celebração oficial da nova casa atleticana. O estádio ganharia a marcação das linhas no campo de jogo, além da instalação das traves e o primeiro chute a gol. Haveria também uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.
Contudo, a indisponibilidade na agenda de artistas e times convidados e o fato de o Atlético não ter cumprido a tempo todas as exigências da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para conseguir as licenças necessárias para o funcionamento do estádio atrasaram todo o calendário de inauguração.
“A questão da dificuldade da definição do artista internacional vem do pós-pandemia, com mais de dois anos de shows represados. Isso mudou toda a dinâmica das turnês internacionais, elevou preços, levou à exaustão alguns artistas, inclusive física”, justificou Rogério Dezembro, CEO da Live Park, empresa responsável pelo BH Festival.
O evento teste contará com a presença de autoridades municipais e estaduais, imprensa, conselheiros do clube, donos de camarote, donos de cadeiras que compraram no primeiro lote e tinham direito ao primeiro evento, todos os que compraram o pacote ouro do BH Festival e tinham direito ao primeiro evento, os funcionários da Arena MRV e os patrocinadores.
Com o adiamento das cinco datas de inauguração, o Atlético decidiu suspender as vendas do evento. A retomada será depois do anúncio dos novos dias de cada celebração.
Custo da Arena
O montante de R$ 1 bilhão já investidos para a construção da casa alvinegra é mais do que o dobro da previsão inicial há quase seis anos. Em 2017, o Atlético estimava um gasto de R$ 410 milhões com a Arena MRV. Em maio de 2022, subiu para R$ 650 milhões. No mesmo ano, em setembro, as cifras chegaram a R$ 950 milhões – R$ 50 milhões abaixo do valor atual.
“A gente passou, no mundo inteiro, por um período de inflação elevadíssimo. A gente teve muito problema com incremento de material. Por exemplo: o aço. É um exemplo legal. Comprei 12 mil toneladas com o primeiro dinheiro que eu recebi da Multiplan (na casa de R$ 30 milhões). Comprei o aço praticamente inteiro da obra, pagando R$ 2,75 pelo kg. Hoje, isso chegou a bater R$ 9. Sairia de R$ 36 milhões para R$ 108 milhões. A gente tomou muitas medidas de antecipação para controlar isso, mas nem tudo a gente conseguiu”, explicou Bruno Muzzi, CEO do Galo.