Rafael Marcon
PASSOS – Furnas alega que duas embarcações estão em operação na travessia do Rio Grande entre Cássia e Delfinópolis e que contrata e faz gestão da manutenção corretiva e preventiva das balsas que atuam nos reservatórios das usinas de Furnas e Mascarenhas de Moraes (Peixoto).
Na última quarta-feira, 12, a Prefeitura de Delfinópolis decretou situação de emergência na travessia das balsas entre Cássia e o município e alega precariedade nas condições das embarcações. Segundo o documento, há danos nas estruturas das embarcações e somente a balsa Rio Grande IV estaria em funcionamento. Ainda segundo o decreto, o reparo das balsas seria responsabilidade da equipe de manutenção de Furnas.
De acordo com a assessoria de imprensa de Furnas, duas embarcações estão em funcionamento, a balsa Canastra e a balsa Rio Grande IV. “A Eletrobras Furnas contrata e faz gestão da manutenção corretiva e preventiva das embarcações que atuam no reservatório de suas usinas Mascarenhas de Moraes e Furnas, além da gestão das certificações das embarcações, cabendo às prefeituras, a manutenção operacional”, informa.
“A empresa informa que as duas maiores embarcações que fazem a travessia entre os municípios de Delfinópolis e Cássia encontram-se em operação. São elas a balsa Canastra, com capacidade para 33 veículos, e a balsa Rio Grande IV, com capacidade para 18 veículos. A Eletrobras Furnas mantém diálogo constante com as prefeituras que são as responsáveis pela gestão da operação e manutenção operacional das embarcações”, informou.
Segundo a prefeitura de Delfinópolis, as duas balsas estão operando na travessia, mas a balsa Canastra apresenta vazamento em um dos rebocadores, sendo necessária a realização de reparo por Furnas.
“Furnas é responsável pela manutenção corretiva, e as manutenções preventivas. Por exemplo, troca de óleo e filtro são de responsabilidade da prefeitura. Hoje as embarcações Canastra e Rio Grande IV estão em funcionamento, porém a balsa Canastra apresenta um vazamento no Rebocador Nossa Senhora dos Navegantes VII”, informa a assessoria da prefeitura.
De acordo com assessoria de comunicação de Furnas, a empresa reitera ter diálogo frequente com as prefeituras municipais envolvidas, além de cumprir com as obrigações de reparo e manutenção.
“Eletrobras Furnas informa que, de forma responsável, vem tomando as providências referentes às manutenções corretivas das balsas. A empresa ressalta que falhas na manutenção operacional (que não é de sua responsabilidade) podem desencadear danos nos equipamentos”, informa.
“Assim, a empresa apura as causas dos problemas nestes dias, lembrando que, desde agosto de 2018, registrou 23 ocorrências de falhas de manutenção operacional que danificaram as embarcações e interromperam as operações. A Eletrobras Furnas preza pelo diálogo transparente com todos os responsáveis pela operação dos equipamentos”, revelou o pronunciamento.
Ponte
Em ofício enviado ao estado e à Furnas, também no último dia 12, a prefeitura de Delfinópolis apresentou as dificuldades de mobilidade urbana e escoamento de produção enfrentadas no município. Nas linhas do documento, a administração sugere a construção de uma ponte para a resolução do problema de mobilidade. O ofício foi enviado ao presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Leite, ao governador do estado, Romeu Zema, e ao presidente da empresa Furnas, Caio Pompeu.
“Para viabilizar a construção da ponte, a Administração Municipal sugeriu ao Estado de Minas Gerais a realização de Parcerias Público Privadas (PPPs), com a instalação e exploração de um pedágio no local, uma vez que a travessia por balsas já é tarifada. Outra opção seria Furnas utilizar parte dos recursos arrecadados com a sua privatização e realizar a construção da ponte, podendo ainda a construção ser utilizada como condicionante no processo de licenciamento ambiental”, sugere a prefeitura no documento.
Questionada, a empresa Furnas esclareceu que não é responsabilidade dela a construção da ponte. “Com relação à ponte para a travessia entre os municípios de Cássia e Delfinópolis, a Eletrobras Furnas esclarece que não é atribuição da empresa a construção desta infraestrutura”, informou a equipe de comunicação da empresa.