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‘Furiosa – Uma saga Mad Max’ no Roxy

Foto: Divulgação

Depois de fazer um filme do porte de Mad Max: Estrada da Fúria, como um cineastas retorna a esse mesmo universo, mesmo sabendo das comparações e que não será fácil atingir o mesmo nível de excelência? George Miller, claramente, pouco se importa com comparações. Depois de fazer um dos maiores longas de ação de todos os tempos, retorna a esse universo, mas numa chave diferente, próxima, mas outra.

Furiosa: Uma Saga Mad Max, que estreia nesta quinta no Cine Roxy, é e não é uma prequel de Estrada da Fúria. Há elementos que, obviamente, ligam os dois filmes – o final mesmo é o elo mais forte – mas, esse, também, é uma história independente que conta as origens da Imperatriz Furiosa, interpretada no longa anterior por Charlize Theron, e aqui, por Anya Taylor-Joy.

O cenário e as coras são as mesmas, azul do céu e laranja da areia do deserto em tons saturados, mas o momento é outro e a forma como Miller, que assina o roteiro com Nick Lathouris, narra é outra. Há muito mais explicações, especialmente no começo, o que faz custar um pouco para o filme se achar, trazer as cenas de ação sideradas. O excesso do didatismo vai contra o Estada da Fúria que é ação de ponta a ponta sem qualquer explicação – mas tudo bem.

Furiosa, ainda criança, é interpretada por Alyla Browne, que vive numa utopia feminista verdejante no meio do deserto, e criada por várias mães, mas acaba capturada por capangas do vilão Dr Dementus (Chris Hemsworth), um homem atormentado que perdeu sua família no desastre que tornou o mundo apocalíptico e adota Furiosa, à contragosto da menina, como sua filha.

Mas o filme não tem apenas um grande vilão, tem dois. O outro já é o conhecido Imortan Joe (Lachy Hulme), rival de Dementus, e dominador da Citadela, onde explora as pessoas por meio da retenção da água.

Furiosa acaba indo de um lado para outro entre esses dois vilões, até que toma as rédeas de sua própria vida, e, ao lado do Pretoriano Jack (Tom Burke), num caminhão no deserto. Indo a lugares como a Fazenda Das Balas e a Vila da Gasolina. Aliás, Miller está totalmente interessado em expandir a mitologia de Mad Max explorando cenários e personagens com nomes bizarros, do tipo Scrotum, Rictus Erectus e Octoboss.

É nesses excessos que talvez o filme se perca um pouco. Sua necessidade de estranhezas o tempo todo tira, em alguns momentos, o foco de Furiosa, a grande estrela aqui, à qual Taylor-Joy interpreta com maestria, do alto de seu 1,73m, encarando Hemsworth, com seus quase 2m. Ela se agiganta como atriz e personagem.

FURIOSA – UMA SAGA MAD MAX (Furiosa) EUA, Austrália, 2024. Gênero: Ação. Classificação: 16 anos. Direção: George Miller. Elenco: Anya Taylor-Joy , Chris Hemsworth, Yahya Abdul-Mateen II. Cine Roxy, em Passos.

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