Destaques Geral

Funcionários do Saae de Passos acusam WebTV de calúnia e difamação

11 de maio de 2023

Foto: Arquivo FM.

Luciene Garcia

PASSOS – Seis funcionários do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Passos recorreram ao Juizado Especial Criminal contra o apresentador do canal de webTV de Passos José Carlos Kallas. Eles alegam que teriam sido vítimas de calúnia e difamação. Segundo a queixa-crime, eles estariam sendo atacados, por parte do apresentador, que possuiria contratos publicitários junto à prefeitura, Câmara e com o Saae.

Eles relatam que no programa de 28 de abril de 2023, por volta das 19h, José Carlos Kallas, em rede de internet nacional, através de um canal no YouTube da WebTV e outras redes sociais, teria se manifestado com ofensas aos funcionários do Saae. Segundo a denúncia encaminhada à Justiça, em um trecho, ele teria dito que “problema tem, todo problema tem, e o tanto de boicote. Nunca estourou tanto cano nessa cidade como na época pra votar esse projeto aí. É muita coincidência, porque de lá para cá não estourou cano mais”.

Segundo a queixa-crime, após a fala, “os funcionários do Saae passaram a ser insultados nas ruas quando iam trabalhar e realizar alguma ordem de serviço, sendo chamados de “safados”, “malandros”, “sem caráter”, “Vê se não vai estourar o cano aqui da rua hein? E fora os xingamentos de baixo calão”.

Na queixa-crime, funcionários da autarquia reclamam que o apresentador teria emitido sua opinião, através da internet “podendo alcançar milhares de telespectadores, acusando os próprios funcionários do Saae de boicote, de estarem estourando canos e tubulações de forma intencional”. Segundo eles, todos os funcionários do Saae, de forma velada, teriam sido caluniados e teriam sido acusados de vandalismo, crime previsto no artigo 163 do Código Penal, e de destruir, inutilizar e deteriorar o bem público.

Os funcionários acusam o comunicador de difamação. Segundo a queixa-crime, o primeiro episódio contra os funcionários foi transmitido no dia 28 de abril deste ano.

Eles pedem a condenação de José Carlos Kallas. Pedem ainda a retratação de Kallas em todos os meios de comunicação da TV Passos, onde ele se manifestou.

Welbert Rodrigues Santos, funcionário do Saae e um dos signatários da denúncia encaminhada à Justiça, alega estar sofrendo perseguição dentro da autarquia desde que a gestão do prefeito Diego Oliveira assumiu. Ele afirma que foi necessário impetrar uma ação de calúnia contra o apresentador, tendo em vista que o mesmo estaria sendo parcial em suas reportagens relacionadas ao Saae. Welbert afirma que passou no concurso do Saae, porém se encontra com dificuldades em tomar a posse e aponta que a direção da autarquia teria criado cargos comissionados sem finalidades públicas.

Apresentador nega acusações e diz que cumpriu a função de imprensa

O apresentador José Carlos Kallas disse que ainda não foi citado pela justiça. “Ainda não recebi nenhuma intimação ou comunicação de ação judicial, e assim que receber será respondida na forma devida. Mas esclareço que estou com a consciência tranquila porque não proferi nenhuma ofensa a qualquer pessoa, não acusei ninguém de suspeita de sabotagem e muito menos cometi qualquer espécie de crime como calúnia e difamação, e tenho confiança que isso será esclarecido pelas vias adequadas da melhor forma possível”, afirmou.

Aproveito para esclarecer também que apenas foram noticiados os fatos como é função da imprensa, e recebo naturalmente as críticas, questionamentos e manifestações de qualquer pessoa”, disse.

Saae

O Departamento Jurídico do Saae de Passos explicou que o funcionário Welbert Rodrigues Santos prestou o concurso tendo sido classificado em 25ª colocação, porém, o Plano de Cargos e Salários aprovado pela Câmara de Passos prevê 14 vagas para encanador, sendo 10 de ampla concorrência, 3 para cotas raciais e 1 para portadores de deficiência. “Portanto, não há que se falar em dificuldade de tomar posse devido à criação de cargos comissionados”, informa o Saae.

Segundo a autarquia, os 14 cargos comissionados também foram criados pelo mesmo projeto de lei que gerou o Plano de Cargos e Salários, permitindo o concurso público. A estes cargos a direção da autarquia tem total e irrestrita deliberação para convocação, desde que atenda às necessidades do Saae.

Sobre outros questionamentos, como de calúnia, trata-se de empresa particular, não tendo absolutamente nada com o Saae. A autarquia sempre presta informações quando solicitada e preza pelo estrito cumprimento da lei, não se esquivando das fiscalizações a que é submetida”, informa.