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Formação

“Em terra de cego, quem tem um olho é rei”. Essa assertiva bastante conhecida e antiga nos leva a outra, não tão comum, mas que nos possibilita enxergar a convivência entre as pessoas por um ângulo diferente; ela afirma que: “Em terra de cego, quem tem os dois olhos é perseguido e marginalizado”, porque tem maior capacidade de visão sobre tudo que o rodeia e acontece, e, por isso, maior capacidade de análise e crítica, o que, na maioria das vezes, incomoda as pessoas que detêm o poder e, por consequência, põe em risco o estado de coisas já implantado em determinado meio.

Em educação não é diferente, porém, com uma variável muito importante; atualmente, alunos e famílias já não aceitam passivamente os erros e abusos das instituições e dos professores, assim como, acontece em outras profissões que, cada vez mais, exigem qualidade no atendimento aos usuários e nos resultados corretos dos procedimentos.

Fala-se, insistentemente, do profissional que sai do curso superior despreparado para atender à necessidade do mercado de trabalho. Muitas são as variáveis que interferem nesse processo e, geralmente, citam-se algumas das causas, sem se aprofundar nas dificuldades que tanto o acadêmico quanto a escola de ensino superior precisam enfrentar

Apesar do vestibular, que proporciona uma primeira triagem, as instituições de nível superior nem sempre recebem alunos preparados, com hábito de leitura, capacidade de análise crítica de textos e, principalmente, conscientes de que sua formação depende da forma como seu curso é levado ao longo do tempo. Ainda há outro fator a ser considerado: às vezes, o grupo de alunos que cursa determinada faculdade o faz em busca apenas de um certificado ou, então, porque não foi aprovado em outros exames.

A Faculdade de Pedagogia, que forma os profissionais que vão trabalhar diretamente com crianças e jovens nas escolas, também não escapa dessas variáveis; entretanto, ela tem procurado preparar o futuro pedagogo com uma visão ampla de Educação, além de levá-lo, constantemente, a vincular seu aprendizado teórico à prática, à realidade educacional brasileira.

Algumas experiências já foram realizadas e seminários propiciaram debates que apontaram caminhos para solucionar um dos problemas enfrentados pelos jovens profissionais: a falta de sintonia com as necessidades do mercado de trabalho e com a tamanha responsabilidade da função.

Também foram delineados objetivos educacionais, tais como: promover o intercâmbio entre alunos do Ensino Médio e dos Cursos Superiores; vincular o ensino e a aprendizagem ao trabalho pedagógico propriamente; preparar um pedagogo eficiente; levar o trabalho da universidade à comunidade; avaliar a formação pedagógica do curso superior.

O assunto é muito sério e não tem sido tratado com o devido cuidado que merece, pois uma criança mal formada, ou ‘deformada’, dificilmente terá as mesmas chances de ser feliz e realizada como ser humano, se não tiver a oportunidade de uma boa educação e uma orientação segura, equilibrada e competente, empreendida por profissionais competentes.

O ser humano nasce com carência de ser instruído a respeito dos seus hábitos e de suas necessidades, ao contrário dos outros animais que, desde o nascimento, pela própria herança genética, seguem seus instintos naturais, como a águia que joga seu filhote no abismo, para que ele tome consciência da grandeza de seu voo e aprenda com a própria vivência.

Infelizmente, alguns pedagogos e alguns pais acreditam que as crianças possam também, embora de forma relativa, seguir essa linha de ação, mas a experiência já nos mostrou, reiteradas vezes, que a educação indulgente, o culto à autoestima infantil, a liberalidade e a falta de ‘disciplina’ são responsáveis por gerações mal educadas, apáticas e amorais.

É necessário FORMAR a AÇÃO para que ocorra uma verdadeira Educação.

 

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