ENTREVISTA DE DOMINGO

A Folha da Manhã traz em sua Entrevista de Domingo um possível articulista do grupo e que tem uma relação muito estreita com o passense e ex-presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco. Estamos falando de João Rafael Soares, que é assessor parlamentar de Pacheco e traz em seu DNA o gosto pela política e por contribuir com os assuntos importantes para Minas Gerais e pelo Brasil. Filho do ex-procurador geral de Justiça de Minas Gerais Jarbas Soares Júnior, João Rafael Soares pode vir a ter sua candidatura a deputado lançada para o pleito de 2026 como consequência natural de seu trabalho desenvolvido no Senado. Vale a pena conferir.

FM – Você deve ser um dos assessores de senador mais jovens do Senado, correto? Como é para você assumir um cargo tão importante e de tamanha responsabilidade?

João Rafael – Entrei no Senado no início do mandato do Senador Rodrigo Pacheco. Já são 7 anos, mas não entrei tão jovem assim, tinha 32 anos. Existem servidores de vários perfis e idades, acredito que existam pessoas bem mais novas. Encaro com muita responsabilidade. Estar no Senado é uma grande honra, mas também um grande compromisso com o país. Meu foco é contribuir com seriedade, escutando, aprendendo e oferecendo ideias que possam de fato melhorar a vida das pessoas. Vivi grande momentos, tive a oportunidade de trabalhar no processo legislativo de grandes marcos do país. Como advogado, isso me deixa muito honrado, participei de várias lutas, como a criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), a ampliação da área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para Minas Gerais, a nova concessão da BR 381, a cota mínima do Lago de Furnas, entre outras.

FM – Como é a sua relação com Pacheco e o dia a dia de trabalho no Senado?

João Rafael – Minha relação com o Senador Rodrigo Pacheco é muito boa, já tinha uma amizade com ele e convívio através da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), antes de assumir o cargo de Senador, e temos uma boa relação. Ele sempre deu muita abertura para trabalhar e passou importantes missões para que pudesse fazer meu trabalho. É uma grande honra poder trabalhar por Minas Gerais e pelo Brasil junto com o Presidente Rodrigo. Uma pessoa muito inteligente e muito preparada. É um aprendizado constante.

FM – O fato de ser filho de alguém influente e trabalhador incansável é exemplo para você?

João Rafael – Certamente, meus pais são meus grandes orgulhos. Meu pai Jarbas Soares tem uma trajetória enorme, teve filhos muito cedo e logo veio toda a responsabilidade. Ingressou no Ministério Público de Minas Gerais, e lá alcançou todos os seus objetivos profissionais da carreira. Ele ocupou todos os cargos que poderia em nível estadual e federal. Foi Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais por quatro vezes, Conselheiro Nacional do Ministério Público por duas vezes, é presidente do Conselho dos Procuradores Gerais dos Estados e da União (CNPG). Minha mãe também se desdobra, formada em Biologia e em Direito, é uma advogada que atua na área de energia e direito ambiental. Criou três filhos, ainda trabalha como artista plástica e é produtora rural.

FM – Já pensou em ser articulista de jornal, trazendo sua experiência em direito desportivo? Se o convite para participar do Grupo Folha da Manhã surgir, toparia?

João Rafael – Ser articulista de um jornal como o Grupo Folha da Manhã seria uma oportunidade honrosa e desafiadora. Gosto muito de falar sobre Direito Desportivo, as pessoas não têm muito conhecimento técnico sobre a área, especialmente num espaço que valoriza o debate qualificado e o esclarecimento de temas relevantes. Se o convite surgir, certamente considerarei com muito interesse. Podemos acrescentar muito sobre o tema que é muito rico e amplo.

FM – A SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e a Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) são duas ferramentas distintas que visam promover o desenvolvimento do futebol e do desporto em geral no Brasil. Você com sua experiência nesta área foi fundamental para que Rodrigo Pacheco pudesse ser o autor da lei. Como foi o seu trabalho nesta lei específica?

João Rafael – O Presidente Rodrigo Pacheco me encaminhou o projeto da Lei que criava a SAF no Brasil para análise, e como sabia da minha atuação no Direito Desportivo, me passou essa situação antes de protocolar o projeto. Minha atuação na construção da legislação que resultou na SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e na ampliação da Lei Geral do Esporte foi marcada por um trabalho técnico, estratégico e de articulação. No caso específico da SAF, participei das discussões e do trâmite legislativo que buscava criar um modelo jurídico e econômico mais moderno e sustentável para os clubes de futebol brasileiros, muitos dos quais enfrentavam sérias dificuldades financeiras. Meu papel envolveu desde a análise comparada de modelos internacionais até na elaboração de propostas legislativas que atendessem à realidade do Brasil. Trabalhei diretamente com equipes jurídicas e parlamentares, oferecendo subsídios técnicos, pareceres e sugestões de redação. Rodrigo Pacheco, como presidente do Senado e grande incentivador de medidas que visam à modernização do esporte, recebeu essas propostas e trabalhou para que virassem realidade. Como é o trabalho dele de entrega e realização. Já no âmbito da Lei Geral do Esporte, atuei no aprimoramento dos mecanismos de captação e gestão dos recursos incentivados, propondo melhorias que tornassem o acesso mais democrático e eficiente, especialmente para projetos sociais voltados à base do esporte. Em ambos os casos, o objetivo sempre foi claro: criar um ambiente mais transparente, profissional e sustentável para o esporte brasileiro, valorizando o futebol como indústria, mas também como ferramenta de inclusão e transformação social.

FM – Como vê a importância das redes sociais para o cenário político e para a imprensa?

João Rafael – As redes sociais têm um papel cada vez mais central no cenário político e na atuação da imprensa. Elas democratizaram o acesso à informação e permitiram que políticos e veículos de comunicação falem diretamente com o público, sem intermediários. No entanto, também abriram espaço para a desinformação, polarização e manipulação de narrativas. Para a política, as redes são uma ferramenta poderosa de mobilização e construção de imagem. Para a imprensa, representam tanto um canal de divulgação quanto um desafio: concorrer com o imediatismo e a viralização de conteúdos nem sempre verificados.

FM – A inteligência artificial vem ganhando campos nunca antes imaginado. Este é um assunto que tem domínio? Faz parte da sua vida profissional?

João Rafael – A inteligência artificial está tendo um crescimento mundial assustador, o avanço tecnológico avança na velocidade de um foguete. Acompanhamos sim, é muito interessante, ajuda a montar roteiros, projetos, esquematizar. A forma que ela cria imagens, vozes e ações preocupa. Por isso precisa de uma regulamentação. Trabalhando junto ao Presidente Rodrigo participei do projeto 2338 que dispõe sobre a regulamentação da inteligência artificial no Brasil este projeto já foi aprovado no Senado e hoje se encontra na câmara dos deputados. É urgente sua aprovação. A inteligência artificial com mau uso pode fazer muito mal, inclusive para honra das pessoas, manipulando informação e influenciando mal as pessoas.

FM – Como você orienta um jovem do interior de Minas Gerais que queira seguir a carreira de assessor parlamentar? E também de advogado especializado em uma área que mexe tanto com o imaginário popular que é o esporte?

João Rafael – Alguém que queira trabalhar com assessoria parlamentar, será muito bem-vindo, um mercado que falta profissionais. Mas ele deve se dedicar muito, estudar a lei, e principalmente os regimentos das casas legislativas. Outra coisa importante, deve ser uma pessoa que agrega na questão eleitoral do parlamentar, o mandatário precisa dos votos, então esse trabalho deve ser feito de forma integrada, agregando ao mandato e trabalhando de forma legal. No Brasil o trabalho legislativo não é muito reconhecido eleitoralmente, as pessoas observam muito como auxílio, inclusive de questões pessoais, mas o trabalho legislativo é fundamental para o país. Trabalhar com Direito Desportivo é muito gratificante, você trabalha com grandes competições, grandes atletas e também no incentivo ao esporte. Isso ajuda no avanço do país no desenvolvimento. Uma área que tem muito mercado, precisa se preparar e conectar com as pessoas certas

FM – Vamos então, falar do consumo de mídias. Depois da pandemia houve uma mudança significativa. Como fica essa mudança de comportamento especialmente para os jornais impressos?

João Rafael – O jornal impresso tem um papel muito importante na humanidade, a informação é fundamental para tudo, e hoje esse formato mudou e os jornais precisam se atualizar! Respostas mais ágeis, se modernizar, desenvolver canais na internet, vídeos, cobertura ao vivo de grandes momentos.

FM- Como vê efetivamente o futuro do jornal impresso, e dele no interior como é a Folha da Manhã?

João Rafael – Hoje o jornal impresso do interior ganhou muita força, nele que as pessoas ficam sabendo de questões locais. Com a intensidade de informação, muitas vezes não sabemos o que acontece em nosso município, na nossa região. Aí que entra o papel do jornal local.

FM – O senhor tem interesse em se lançar como candidato a algum cargo eletivo, como deputado, por exemplo? E como a imprensa e as redes sociais podem contribuir?

João Rafael – Gosto de política desde criança, meu pai assistia muito horário eleitoral, e desde bebê acompanho. Tenho também parentes que participaram da política, foram prefeitos, vereadores. Trabalhei na Câmara Municipal de Belo Horizonte, participo da OAB desde que era estagiário e estou há um tempo no Senado Federal. Participar de uma campanha política gera muito desgaste, mas é um desafio interessante. Porém, ninguém é candidato de si próprio, se tiver um grupo bacana, um time, seria interessante sim, vou trabalhando e seja o que Deus quiser. Trabalhar por Minas Gerais é muito gratificante. Nessa construção a imprensa e as redes sociais têm um papel fundamental. A rede ajuda a divulgar, alcançar mais pessoas, interagir com o público e medir resultados de forma rápida e eficiente.

FM – Fique à vontade para falar de algum assunto importante que queira que os leitores saibam e não perguntei.

João Rafael – Teve um grande momento, quando o Presidente Rodrigo, me encaminhou para participar em 2019 de uma reunião na a agência Nacional de Águas (ANA), para debater as cotas da represa de Furnas e Peixoto. Participei do grupo de trabalho, com vários segmentos da sociedade civil e instituições. Trabalhando neste processo de respeito às cotas mínimas e uso múltiplo das águas. Com um sistema todo integrado e inclusive o Operador Nacional do Sistema (NOS), a energia do país dependente das atividades da represa de Furnas. Este é um grande desafio que estamos em constante monitoramento.

João é assessor do senador Rodrigo Pacheco./ Foto: Divulgação.