Leonardo Natalino
PASSOS – A campanha Fevereiro Roxo alerta para a conscientização sobre o Alzheimer, a fibromialgia e o lúpus, doenças crônicas, mas que podem ter os sintomas minimizados com tratamento adequado e diagnóstico precoce.
O Fevereiro Roxo foi criado em 2014, em Minas Gerais, com o lema “Se não houver cura, que ao menos haja conforto”. As três doenças são consideradas crônicas e não têm cura, mas há formas de controlar e retardar sintomas, além de existir tratamentos que permitem que o paciente conviva com as enfermidades. O diagnóstico precoce é considerado o melhor caminho para retardar e controlar sintomas.
A instrumentadora cirúrgica e técnica em enfermagem Michelly Aparecida, que atua na Santa Casa de Misericórdia de Piumhi e há sete anos atende pacientes que sofrem com Alzheimer, afirma que, além dos remédios, o cuidado e a atenção são fundamentais ao longo do processo de tratamento dos sintomas.
“As pessoas que vivem com esse diagnóstico passam por estágios variados, com muita frequência. Todos os dias há uma variação de humor, entre euforia, letargia e agressividade. No geral, os dias eram leves, com muitas risadas e histórias de vida narradas com muito entusiasmado”, disse Michelly.
“Entretanto, alguns dias eram um pouco mais tensos, com alguns tapas e empurrões, mas como profissionais, nós, dessa área da saúde, temos um olhar humanizado para com essas pessoas e tentamos sempre proporcionar segurança e calma para o indivíduo, até porque laços afetivos são criados junto do paciente”, diz.
Michelly também afirma que, geralmente, o diagnóstico de Alzheimer é um dos mais tristes, tanto para a pessoa quanto para a família, pois, aos poucos, aqueles que sofrem com a doença esquecem quem são, quem amam e como vivem.
“Com o tempo, fui aprendendo que as pessoas ao redor, familiares, amigos e cuidadores sofrem muito vendo seus familiares perderem suas identidades, não os reconhecendo. Em seus olhares, a visão de estarem perdidos é devastadora. Sempre tentava lembrar o quanto ela (paciente) era especial para sua família e demonstrar como sempre a amaram de uma forma ímpar”, disse.
O mal de Alzheimer é uma doença que afeta o cérebro, causando perda progressiva da memória, da capacidade de raciocínio, da linguagem e das habilidades para realizar as atividades do dia a dia. É a forma mais comum de demência, especialmente em pessoas idosas. No Brasil, existem cerca de 60 milhões de pessoas com mais de 60 anos, e cerca de 6% têm a doença.
Lúpus e Fibromialgia
O lúpus é uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins e cérebro. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são afetados.
Os sintomas incluem fadiga, febre, dor nas articulações, inchaços, vermelhidão na pele, dor no peito para respirar, sensibilidade à luz do sol, queda de cabelo, entre outros. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), existem, aproximadamente, cerca de 65 mil pessoas com lúpus no país, sendo a maioria mulheres.
A fibromialgia é uma doença reumatológica que afeta a musculatura, causando dor. De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), a doença tem difícil diagnóstico, o que dificulta saber a quantidade de pessoas que a têm, no Brasil e no mundo.
Seus principais sintomas são fadiga, alterações do sono, distúrbios intestinais, depressão e ansiedade. Já o tratamento tem como meta aliviar os sintomas com melhora na qualidade de vida e, diferentemente das demais doenças crônicas, a fibromialgia tem como principal aliado um tratamento não-medicamentoso: o exercício físico.