RIO DE JANEIRO – Ontem a família de Preta Gil publicou uma homenagem emocionante para marcar a data em que a cantora completaria 51 anos. “Na Família Gil, dia 8 de agosto será sempre o dia oficial da alegria e celebração, da nossa integrante mais festiva. Uma saudade sem fim”, dizia a legenda da publicação feita nas redes sociais.

Preta Gil morreu no dia 20 de julho, em decorrência de complicações de um câncer no intestino, doença que enfrentava desde janeiro de 2023.

Nos últimos meses, Preta ficou hospedada em Nova York, de onde se deslocava até Washington para realizar sessões em um centro médico especializado. Mesmo durante o tratamento, manteve-se cercada pela família e amigos próximos, recebendo apoio constante de admiradores e colegas de profissão.

O velório da cantora aconteceu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, reunindo uma multidão de fãs, amigos e familiares. Em seguida, o corpo foi levado para um crematório, onde foi realizada uma cerimônia íntima com os parentes mais próximos.

Batalha

A médica Roberta Saretta esteve ao lado de Preta Gil do início dos tratamentos contra o câncer até a tentativa de volta dos Estados Unidos para o Brasil, incluindo no dia do falecimento da artista. Coordenadora da equipe do cardiologista Roberto Kalil, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Saretta fala como foram os dias mais alegres e tristes ao longo de dois anos e meio de batalhas contra a doença e da grande corrente de amor deixada por Preta para milhares de pessoas.

A Preta sempre foi muito feliz, festiva. Só a vi reclamar uma única vez, mas foi uma reclamação de cansaço. Um dia de manhã, um pouco antes da grande cirurgia, ela me perguntou: “Roberta, é possível o assistente do médico não encostar no meu pé quando ele vier falar comigo?”. Esse profissional do hospital sempre conversava com a Preta fazendo massagem nos pés dela. Como a Preta era muito amável, algumas pessoas achavam que tudo bem tocar nela toda hora. Era comum acontecer. O quarto da Preta era uma festa. Raramente tinha menos de cinco pessoas. E isso foi fundamental para lidar com a doença. Era um entra e sai. Um dia a Ivete terminou um show tarde da noite e foi direto para o Sírio. Entrou no quarto da Preta, esperou quietinha na cadeira até ela acordar, às 6 da manhã.

Desde sua morte, Preta Gil tem sido lembrada em diversas homenagens por todo o país. No Rio de Janeiro, a Prefeitura batizou o circuito de megablocos do Carnaval com o nome da artista, uma referência à importância do Bloco da Preta, um dos mais tradicionais da cidade. A última grande apresentação da cantora foi justamente no carnaval de 2025, ao lado de seu pai, Gilberto Gil.