Carlos Renato
S. S. PARAÍSO – A região da Alta Mogiana, que compreende municípios como Capetinga, Cássia, Claraval, Ibiraci, Itamogi, São Sebastião do Paraíso e São Tomás de Aquino, além do interior paulista, tem enfrentado severa crise hídrica por conta da estiagem.
Segundo a Fundação Procafé, essa região está há cerca de 180 dias sem chuvas consideráveis, o que já causa sérios prejuízos à produção de café, comprometendo inclusive a próxima safra.
Conforme destaca a fundação, a estimativa é que o déficit hídrico esteja próximo de 400 milímetros, afetando diretamente a fisiologia dos cafezais.
“Essa seca prolongada tem levado à desfolha acentuada das plantas, um mecanismo de defesa natural que o café adota para sobreviver à falta de água e às altas temperaturas. É notório que teremos perda na produção da safra 2024/2025”, aponta a instituição, com sede em Varginha.
Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador Marcelo Jordão, a perda de folhas no período que antecede a florada traz consequências graves para a produção.
“Sem uma quantidade adequada de folhas, o pegamento das flores é baixo, e muitas delas acabam abortando, não se transformando em frutos”, explica o especialista.
“Ainda não conseguimos falar qual será o prejuízo financeiro, mas se a chuva não vier em tempo, o rombo pode ser maior”, completou.
De acordo com o engenheiro agrônomo, a perda de folhas no período que antecede a florada traz consequências graves para a produção. “Sem uma quantidade adequada de folhas, o pegamento das flores é baixo, e muitas delas acabam abortando, não se transformando em frutos”, ressalta.
Segundo Jordão, com a retomada das chuvas esperada para o final do ano, a preocupação é que, mesmo com floradas significativas, o café não consiga se recuperar a tempo.
“Os produtores da nossa região já enfrentam prejuízos consideráveis, que variam conforme a intensidade da desfolha em cada lavoura”, preocupa o profissional.
Conforme aponta a Fundação Procafé, além da perda de frutos, a expectativa de produtividade para 2024 foi revisada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que estima uma queda de 0,5% na produção nacional de café, totalizando 54,79 milhões de sacas.