PASSOS – A partir do dia 27 de junho, o Instituto Motirõ receberá a exposição Patrimônio Cultural de Passos em Fotografia, idealizada por Samuel Santos Teixeira e Guilherme Fiorotto Ribeiro. A mostra tem inauguração marcada para as 19h. O público poderá visitá-la até o dia 11 de julho.
Segundo Samuel, a exposição apresenta registros fotográficos de patrimônios históricos tombados e não tombados de Passos, com destaque para locais como a Escola Estadual Júlia Kubitschek, a antiga Santa Casa, a Escola Wenceslau Brás (atual Colégio Francine Andrade), o antigo Cine Rex (hoje Cine Roxy) e a Estação Ferroviária da Mogiana, hoje Estação Cultura.
“Então, a ideia surgiu através do meu grupo do Facebook Passos MG – Tradições e Transformação. Nesse espaço, venho publicando diversas fotos e documentos históricos relacionados à cidade de Passos e à região”, explica.
“A partir dessas publicações, o Guilherme Ribeiro teve a iniciativa, por meio da Lei Aldir Blanc, de propormos um projeto cultural. A ideia consiste em realizar uma exposição fotográfica que destaque os patrimônios históricos tombados e não tombados da cidade”, acrescenta.
De acordo com o promotor, entre os destaques da exposição estão as igrejas do Rosário e de Santo Antônio, ambas já demolidas, cujas imagens e informações serão apresentadas com o objetivo de preservar a memória de como eram originalmente.
A antiga Igreja de Santo Antônio, segundo os organizadores, localizava-se exatamente em frente ao Instituto Motirõ, onde ocorrerá a mostra.
“A inclusão de patrimônios tombados e não tombados na exposição foi pensada justamente para ampliar o olhar sobre a memória da cidade. Os bens tombados já são amplamente divulgados pela Secretaria de Cultura e por outras instituições, enquanto muitos patrimônios não tombados ainda são pouco conhecidos pela população, apesar de seu relevante valor histórico”, diz Samuel.
A curadoria das fotografias se concentrou em registros da década de 1970, em razão da melhor qualidade de imagem e definição.
“A experiência foi bastante proveitosa, especialmente no que se refere à curadoria das fotografias para a exposição. Tivemos que excluir diversas imagens mais antigas por não se adequarem aos recortes dos quadros utilizados”, afirma.
Segundo o promotor da exposição, a exposição contará ainda com quadros que apresentam, lado a lado, imagens antigas e atuais dos locais selecionados. “Cada peça será acompanhada de textos explicativos e QR Codes que direcionam o visitante a áudios narrados com informações sobre os patrimônios, em uma proposta acessível ao público”.
“Um dos principais objetivos da exposição é chamar a atenção para a crescente perda do patrimônio histórico local. Nós, enquanto historiadores, temos nos preocupado com o número cada vez maior de demolições de casarões antigos e o asfaltamento de ruas históricas, que apagam parte significativa da memória da cidade”, ressalta.
“A derrubada de duas igrejas históricas, por exemplo, simboliza esse processo de apagamento da nossa história. Por meio desta exposição, buscamos destacar a importância desses bens e reforçar a necessidade de maior cuidado e preservação”, afirma Samuel.
A exposição é viabilizada por meio de recursos da Lei Aldir Blanc.