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Exportações de café aumentam em janeiro e receita atinge US$ 36 milhões

8 de fevereiro de 2025

crescimento foi de quase 64% na receita na comparação com janeiro de 2024 / Foto: Reprodução

PASSOS – A receita com exportação de café aumentou quase 64% em janeiro deste ano na comparação com o mesmo período de 2024 na região. Os embarques também cresceram, mas com índice bem mais modesto, pouco acima de 11,5%. Em relação a dezembro de 2024, os números também são maiores. 

O café tem registrado preços recordes no mercado global e no ano passado a região teve crescimento tanto em receita como em volume enviado para exportação. 

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apontam que o volume exportado na região chegou a 7,14 mil toneladas de café no mês passado, o que rendeu US$ 36,4 milhões. Em janeiro de 2024, foram embarcadas 6,4 mil toneladas, com receita de US$ 22,2 milhões. 

São Sebastião do Paraíso responde por cerca de 92% da receita e do volume embarcado em janeiro na região. O município enviou 6,62 mil toneladas de café e obteve receita de US$ 33,3 milhões no mês passado. Em janeiro de 2024, Paraíso exportou 4,79 mil toneladas e teve receita de US$ 16,3 milhões. No último mês de 2024, o município registrou o embarque de 4,1 mil toneladas, com receita de US$ 19,1 milhões. 

Em novembro de 2024, Paraíso atingiu o recorde mensal em exportação de café no município. Foram 8,63 mil toneladas e receita de US$ 39,8 milhões. 

Brasil  

Segundo dados da Inteligência Comercial do MDIC, as exportações de café do Brasil em janeiro foram expressivas, com aumento de 79,4% em relação ao mesmo mês no ano passado, com alta de 9,5% no volume vendido, e de 63,8% nos preços.

O aumento nas exportações em janeiro aconteceu em momento de preços recordes na bolsa ICE e no mercado físico brasileiro, após uma safra frustrada em 2024 no Brasil, maior produtor e exportador global, e indicações de uma colheita no País menor de grãos arábica em 2025, segundo o governo e empresas privadas. 

As exportações ainda foram maiores apesar de relatos no mercado indicarem que os produtores estão retraídos nas vendas, aguardando altas ainda maiores nos preços, visto que os cafeicultores estão capitalizados por conta das boas receitas obtidas nos últimos meses. 

Relatos no mercado indicam que os produtores estão menos interessados em vender enquanto aguardam uma definição sobre o tamanho da nova safra do Brasil, que começa a ser colhida por volta de abril. 

Os embarques realizados em janeiro podem representar ainda negócios feitos anteriormente por exportadores, que agora estão embarcando os grãos negociados antes. 

O setor exportador também tem lidado com gargalos logísticos nos portos brasileiros, que podem ter escoado em janeiro cargas que estavam presas nos armazéns. 

Segundo um levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), um volume de 1,826 milhão de sacas de café — 5.534 contêineres — ficaram armazenadas nos principais portos brasileiros sem conseguir embarque em 2024. 

 “O motivo desses não embarques foram os elevados e constantes atrasos e alterações de escala de navios para exportação, além de frequentes rolagens de cargas”, explica o diretor técnico da entidade, Eduardo Heron. 

Ele comenta que esses entraves na logística nos portos brasileiros causaram um “prejuízo portuário” de R$ 9,208 milhões aos exportadores de café em dezembro, devido a custos extras com armazenagens adicionais. De junho – quando o Cecafé iniciou o levantamento – a dezembro de 2024, o prejuízo acumulado dos exportadores somou R$ 51,540 milhões. 

Levando em consideração um preço médio Free on Board (FOB) de exportação de US$ 304,25 por saca (café verde) e a média de R$ 6,0964 do dólar em dezembro, o não embarque desse café implica que o Brasil deixou de receber, nos 12 meses do ano passado, US$ 555,62 milhões, ou R$ 3,387 bilhões, como receita cambial. 

De acordo com Heron, os gargalos logísticos também trazem prejuízos aos produtores brasileiros de café, que, em sua maioria, são da agricultura familiar. O Brasil é o país que mais transfere o preço FOB da exportação a seus cafeicultores e o não embarque do produto, por limitações de infraestrutura portuárias, reduz o repasse de capital a eles”, explica.