Tamiris Figueiredo

PASSOS – A carência de mão de obra qualificada torna os alunos formados em cursos técnicos ainda mais competitivos no mercado de trabalho, afirma o coordenador geral de ensino do IF Sul de Minas, campus Passos, Alessandro de Castro Borges. Para a indústria, a dificuldade em encontrar profissionais qualificados em áreas técnicas reflete em problemas na produção e no crescimento dos negócios.
A indústria moveleira do município, que convive com escassez de mão de obra técnica há anos, enfrenta impactos como limitação na produção para atender o mercado e custo e tempo para formar os profissionais após contratação.
Pesquisa realizada pelo Sesi e pelo Senai aponta que 75% dos empresários acreditam que os cursos técnicos ou profissionalizantes atendem melhor às necessidades do mercado do que o ensino superior.
De acordo com informações da assessoria de comunicação do IF em Passos, os estudantes que passam pela instituição tornam-se profissionais qualificados a exercerem as atividades requeridas pelo mercado de trabalho de forma eficaz, eficiente e com segurança.
“Com isso, alcançam grande vantagem competitiva, oferecendo às empresas maior tranquilidade e confiança com relação aos seus funcionários e ao trabalho que realizam e, conforme algumas pesquisas e matérias veiculadas na mídia, o mercado tem-se mostrado carente de mão de obra técnica qualificada”, comenta Borges.
Atualmente, o IF Sul de Minas – Campus Passos, conta com 656 alunos matriculados em cursos técnicos EAD e presenciais, incluindo o técnico em administração ofertado em Lavras.
Marcelo Silva Coimbra, diretor de comunicação da Associação Comercial e Industrial de Móveis de Passos (Acimov), afirma que o setor enfrenta escassez de mão de obra há muito tempo, o que tem impacto na capacidade de produção das empresas e no crescimento dos negócios. Segundo ele, há necessidade de aumentar os cursos técnicos no Brasil. Ele aponta que, além da carência de mão de obra qualificada, esses cursos desempenham um papel fundamental na inserção de profissionais no mercado de trabalho.
“O setor moveleiro de Passos há muitos anos sofre com a falta de mão de obra qualificada, isso impacta na capacidade de contratação e crescimento do setor. Muitas fábricas deixam de pegar encomendas pela falta de mão de obra”, diz Marcelo. Atualmente, as contratações ocorrem frequentemente com pessoas interessadas no ofício, mas que necessitam de treinamento durante a atividade, o que acaba encarecendo os custos de produção.

Pesquisa

Levantamento feito pelo Sesi e pelo Senai aponta que 75% dos empresários acreditam que os cursos técnicos-profissionalizantes estão mais ligados às necessidades do mercado do que o ensino superior.
No cenário educacional e profissional do Brasil, os cursos técnicos têm se destacado como uma importante via de acesso ao mercado de trabalho. Tal pesquisa revelou ainda que 90% dos executivos acreditam que os cursos técnicos proporcionam um ingresso mais rápido na carreira profissional. Esse dado destaca a relevância desses cursos na formação de profissionais qualificados.
A opinião dos empresários é a ampliação do acesso a cursos técnicos deveria ser uma prioridade. Segundo a pesquisa, melhorar a capacitação dos professores deveria ser a principal prioridade para 34% dos empresários entrevistados, seguido por aprimorar o ensino fundamental (16%), investir nas condições das escolas (15%), elevar os salários dos professores (14%), aprimorar o ensino médio (11%) e ampliar o acesso aos cursos técnicos e profissionalizantes (10%).
Rafael Lucchesi, diretor do Sesi e do Senai, destaca que 21% dos empresários acreditam que o ensino técnico deve ser uma prioridade do Ministério da Educação (MEC). “Isso vem ao encontro da reforma do ensino médio, que incorpora nos itinerários a educação profissional técnica como parte do ensino médio brasileiro, convergindo o ensino médio brasileiro, como faz a maior parte dos países desenvolvidos e dos emergentes e dos mais bem-sucedidos”, diz.
Os cursos técnicos estão ganhando cada vez mais destaque como uma alternativa viável e eficaz para a formação de profissionais qualificados e prontos para atender às demandas do mercado de trabalho. Os empresários e executivos brasileiros estão reconhecendo a importância desses cursos e pedem ações concretas para fortalecer ainda mais o ensino técnico no país nos próximos anos.