8 de maio de 2023
Foto: Reprodução.
BELO HORIZONTE – O mês de maio marca o início da colheita do café em Minas Gerais, que se estende até meados de julho e agosto. Por conta de intempéries climáticas sofridas pela cultura nos últimos dois anos, pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) alertam produtores sobre cuidados específicos que devem ser levados em consideração durante essa etapa, para que a qualidade final da bebida produzida não seja prejudicada.
O momento que antecede a colheita também é uma oportunidade para o mapeamento da qualidade dos talhões nas propriedades, o que favorece a produção de diferentes tipos de café de uma mesma lavoura. A pesquisadora da Epamig Sul, Vanessa Figueiredo, alerta sobre a importância de ficar atento à maturação, pois é preciso que aproximadamente 80% da planta esteja com os frutos maduros no momento da colheita.
“Neste ano, os produtores poderão enfrentar algumas dificuldades, pois tivemos muitas floradas antecipadas no segundo semestre de 2022. Isso acaba gerando frutos em diferentes estágios de maturação. Por isso, o ideal é o produtor andar nas suas lavouras e verificar por qual talhão ele deve iniciar, dando prioridade para as cultivares que tenham uma maturação mais precoce, como aquelas dos grupos Acaiá e Mundo Novo, fazendo um escalonamento de colheita”, afirma Vanessa.
Segundo ela, outra ação importante é a retirada do mato nas ruas do café, com capina mecânica ou química, para que a lavoura fique “no limpo”. Além disso, o produtor pode realizar a arruação, que é a retirada do “cisco” (folhas mortas, galhos e resíduos orgânicos) que fica sob a saia do cafeeiro.
“É muito importante que a lavoura esteja extremamente limpa antes da colheita, pois assim, os frutos que caírem na terra não vão prejudicar a qualidade final do grão”, comenta Vanessa. “Porém, a arruação tem seus prós e contras. É essencial que o produtor esteja atento, pois o cisco também pode ser benigno, por acumular umidade e liberar nutrientes para o solo. Caso opte por realizá-la, deve ser uma operação mais leve, tomando cuidado para não danificar as raízes das plantas no processo”, diz a pesquisadora.
Para Vanessa, é de importante que o maquinário usado na colheita esteja devidamente revisado e com a manutenção em dia. Por fim, ela atenta para a limpeza e cuidado com o terreiro, onde serão colocados os grãos para a secagem, e com as tulhas, onde o café será armazenado.
“Ao longo do ano, muitos produtores utilizam o terreiro para atividades paralelas, como pulverização foliar e mistura de produtos químicos, o que pode contaminá-lo. Além disso, alguma parte do piso também pode ter sido quebrada ou danificada durante a transação de maquinários pesados. Então, o ideal é que o produtor faça uma boa revisão do terreiro, para que fique em bom estado de uso e não haja interferência no produto final, garantindo a qualidade da bebida”, conclui.