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Entre a repressão e o diálogo: o debate sobre pixo em Passos

2 de setembro de 2025

Foto: Divulgação/Fernando Chaves

PASSOS – No muro do Parque de Exposições Adolpho Coelho Lemos, as letras retorcidas denunciam um território marcado. Para muitos, são rabiscos sem sentido, sinônimo de sujeira e descuido. “É feio, né? Se fosse uma pintura com uma mensagem bonita, que tivesse a ver com o ambiente… Mas não, eles fazem esses rabiscos depredando o patrimônio público”, lamenta Dona Rosa Ribeiro, que há anos frequenta a casa da irmã na região. “É uma pena. E não é só aqui. É para todo lado.”

A fala da moradora resume uma parte da polêmica: o da pichação vista como vandalismo, uma ameaça ao patrimônio público e privado que gera sensação de degradação e insegurança.

Mas há também o outro lado. Onde o pixo e o grafite são vistos como uma escrita viva da cidade, uma marca de pertencimento e resistência. Uma parte da cidade enxerga no pixo e no grafite uma linguagem urbana legítima, capaz de ocupar os espaços com arte, revitalizá-los e, sobretudo, dar voz a sujeitos invisibilizados.