Carlos Renato
ITAMOGI – Itamogi deve concluir a construção de um conjunto habitacional de 150 casas em seis meses. As obras começaram no mês de julho e a expectativa é entregar as residências até dezembro.
Cerca de 90 operários trabalham na montagem das casas, que, após 72 horas, já são habitáveis, aponta a empresa construtora.
Segundo a Prefeitura do município, cerca de 90 famílias devem receber as casas. O processo de escolha segue em andamento, e a finalização das obras está prevista para o mês de dezembro, após a realização de toda a infraestrutura necessária no loteamento e do acabamento das residências.
A iniciativa é da startup mineira de assessoria imobiliária e soluções ágeis Hauss Brasil, após firmar parceria com o Governo Federal, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida da Caixa Econômica.
De acordo com o fundador e diretor executivo da empresa, Junior Bergamin, o projeto chegou ao município por conta da agilidade nos procedimentos de chamamento público. “Itamogi foi mais rápido, pois tem toda a parte de infraestrutura pronta e teve interesse no programa federal”, disse.
“Além de Itamogi, outras cidades mineiras também devem receber instalações de casas industrializadas, feitas com o método conhecido como Light Wood Frame (LWF), que tornam as residências habitáveis em 72 horas após o fim da montagem”, informou.
Conforme destacou Bergamin, a ideia do projeto surgiu por conta da grande demanda por moradias. “O modelo de construção industrializada surge como uma alternativa mais eficaz para resolver esse déficit, até porque quem precisa, tem pressa”, afirma.
“A tecnologia do LWF utilizada em Itamogi foi normatizada em julho de 2023 no Brasil. Essa agilidade construtiva se dá pela industrialização, onde 85% do nosso escopo é realizado em ambiente fabril e pela construção utilizando em canteiro de obras o formato ‘Lean Constrution’, que é um planejamento baseado nas linhas de produção automotiva de sequenciamento de funções, e que foi adaptado e implementando na construção civil”, explica o diretor.
“Além disso, essa construção enxuta no canteiro de obras permite a redução da mão de obra e, consequentemente, dos custos de operações menores, criando assim moradias mais acessíveis”, afirma.
Segundo ele, a Prefeitura de Itamogi fez a doação dos lotes aos munícipes e famílias selecionadas, de acordo as diretrizes do programa MCMV. As residências terão 50 m² e dois dormitórios.
“Já o Governo federal dá às famílias, de acordo com a renda do grupo familiar, os benefícios do programa que podem gerar descontos (subsídios) de até R$ 55 mil por residência, e a Caixa financia o restante do pagamento com juros abaixo do mercado, gerando parcelas mensais de R$ 390 para os beneficiários com maiores subsídios”.
Tecnologia
Segundo destacou a empresa responsável pelo método construtivo, essa tecnologia é mais usual em países como Japão, Canadá, Estados Unidos, Suécia, Irlanda e outros.
“A Hauss já atua no setor privado há muitos anos e no setor público essa tecnologia foi utilizada para construção de 514 apartamentos e casas em São Sebastião, litoral de São Paulo, após uma tragédia local. O que sempre impedia a utilização no setor público era o custo, pois sempre foi uma tecnologia mais cara que a convencional. Porém ao se criar um projeto de escala atendendo mais de 50 casas por munícipio houve a possibilidade de trazer o que há de melhor no mundo em tecnologia construtiva para esse projeto do MCMV”, disse Bergamin.
Conforme ainda destacou, a intenção é projetar e entregar 1 mil casas no primeiro ano de atuação dentro do seguimento público, com acompanhamento das licitações feitas pelos municípios.
Para ele, tecnologia e inovação são de suma importância na construção, um setor que pouco acompanha o desenvolvimento e implementações de novas tecnologias. “Com projetos industrializados conseguimos muita agilidade e evitamos o retrabalho no canteiro, entregando produtos de excelência e baixa manutenção”, enfatizou.
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