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Empresa paulista usa mão de obra de detentos do Presídio de Paraíso 

10 de outubro de 2024

Empresa parceira do sistema prisional já capacitou 25 custodiados que vão atuar na fábrica que será instalada no presídio./ Foto: Reprodução 

BELO HORIZONTE – O Presídio de São Sebastião do Paraíso firmou uma parceria com a empresa paulista Metalvale para capacitação profissional de detentos e geração de emprego em atividades de produção 

Segundo informações do governo de Minas, o planejamento deste trabalho de cooperação entre a unidade prisional e a empresa começou em julho deste ano. Em São Paulo, a organização já empregava mão de obra carcerária em seus setores de produção, e, vislumbrando a possibilidade de expandir essa iniciativa também para o território mineiro, procurou o Presídio de São Sebastião do Paraíso. 

Especializada na confecção de aviamentos em metal destinados à fabricação de cintos, bolsas, calçados, entre outros, a Metalvale oferece aos detentos um curso, com duração de 40 horas, no qual eles aprendem sobre a montagem correta de pinos em fivelas, utilizando ferramentas como graziano e alicate, técnicas de lixamento de rebarbas em peças de zamac utilizando lixadeiras industriais e uso de furadeira de bancada para remanchar apliques. 

O maquinário e os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para a realização do treinamento são disponibilizados pela empresa, que também designa um funcionário para acompanhar o processo de aprendizagem. 

Futuro 

A primeira turma de custodiados, composta por cinco pessoas que estão em regime semiaberto, concluiu o curso no dia 27 de setembro. No dia 30 do mesmo mês, uma nova turma deu início à qualificação, contando agora com 20 alunos. O crescimento expressivo de participantes aconteceu de maneira orgânica.  

Segundo o diretor regional da Polícia Penal na 18ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), Francisco da Silva Neto, quando os detentos souberam da realização do curso, o interesse foi imediato. 

“Como na unidade prisional existem duas turmas escolares, foi ofertado aos indivíduos privados de liberdade que estão matriculados na escola o curso profissionalizante”, conta. 

 Ao final do curso, todos os participantes receberão um certificado, que será anexado ao processo de execução da pena: para cada três dias trabalhados, um é reduzido na sentença a ser cumprida.   

Com a conclusão das primeiras duas turmas do curso, há previsão de que a Metalvale contrate os melhores alunos para atuar efetivamente na fabricação de seus produtos na unidade fabril que será instalada no Presídio de São Sebastião do Paraíso. 

A princípio, serão contratados entre dez e 15 detentos que, além da remição de pena, serão remunerados por seu trabalho. A expectativa é que, ao longo do tempo, um total de 50 custodiados sejam empregados pela empresa.  

Rodolfho Formágio é um dos custodiados que participam do curso. Ele conta que, no primeiro dia, tudo era uma grande novidade e que ele e companheiros estavam muito curiosos sobre como a fábrica funcionaria e como o trabalho seria feito. Hoje, todos têm gostado da nova rotina. “Já de primeiro impacto nós nos adaptamos ao trabalho e estamos nos dando bem. A cada dia que passa o trabalho tem sido melhor para cada um de nós”, afirma.