17 de março de 2023
A Emater realiza visitas técnicas para ampliar o turismo rural em áreas de interesse./ Foto: Divulgação.
Rafael Marcon
PASSOS – Após o sucesso do 1° Seminário Regional de Turismo Rural do Sudoeste Mineiro, realizado no dia 10 deste mês em Capitólio e que teve cerca de 200 inscritos, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) planeja novas ações para fomentar o setor na região. A proposta é tornar o seminário anual e rotativo, com realização em outros municípios, afirma o coordenador técnico da unidade da Emater em Passos, Carlos Bovo, e incentivar a adesão em mais propriedades rurais.
“Queremos que todo ano tenha um seminário. Lógico também com outras temáticas, outras propostas, para discutir o turismo rural aqui na região conforme a demanda dos produtores e dos municípios. O 1° Seminário teve mais de 200 inscritos, teve rodada de negócios e várias conversas muito promissoras. Como a repercussão foi positiva, a ideia é rodar os municípios. O primeiro foi Capitólio, vamos consultar para o ano que vem outro município que tenha interesse em fazer”, afirmou.
“A lógica do evento que fizemos é sensibilizar e informar gestores públicos sobre quais políticas existem hoje para trabalhar o turismo rural e qual a possibilidade que tem de se trabalhar o setor. A nossa expectativa, junta com os parceiros, é muita positiva. Primeiro porque aqui temos o fluxo turístico por conta do Lago de Furnas e da Serra da Canastra. Além disso, o meio rural da região tem vários produtores, propriedades e produtos que são muito atrativos dentro do turismo”, disse.
Segundo Bovo, o turismo rural possibilita agregar valor aos produtos e propriedades da região. “O agricultor pode trabalhar turismo rural de duas maneiras: fornecer seu produto in natura ou processado para a cadeia do turismo, escoando parte da produção para este tipo de atividade; ou abrir a propriedade dele para visitação, como, por exemplo, propriedades cafeeiras em que o turista tem uma experiência de apanha de café”, disse.
“São experiências que principalmente o pessoal da área urbana quer ter: visitar e conhecer o funcionamento das propriedades. Além de comercializar o produto direto com o consumidor, o produtor pode abrir a propriedade para receber e hospedar, só para a visitação ou ainda pode não abrir a propriedade, colocando o produto em outros pontos de venda. Ele consegue agregar um valor grande nessa comercialização ao tirar o atravessador desse processo”, disse.
“Quando ele vende para o turista, ele vende um valor agregado também da história daquele produto, daquela propriedade. Um exemplo, um queijo que é comercializado aqui na região por R$50 pode ser vendido para o turista numa visitação por R$80, R$100. Para o setor hoteleiro e turístico também é interessante, já que o produto típico da região sai por um valor menor, sendo um produto que tem uma história, além de uma boa qualidade”, aponta.
Segundo ele, a Emater atua no setor de turismo rural da região auxiliando o produtor na preparação e programação de produção, na melhoria de qualidade e na apresentação e precificação do produto. Caso o produtor rural também tenha interesse em abrir a propriedade para visitação, a empresa ajuda no processo e treinamento do trabalhador, além de oferecer projetos de crédito rural para adequar a infraestrutura de recebimento do turista.
O 1° Seminário Regional de Turismo Rural do Sudoeste Mineira contou com a participação de 32 municípios, da Associação Pública dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (Ameg) e do Sul de Minas. O evento teve público de mais de 200 participantes, entre produtores e empreendedores do setor de turismo. Além do seminário, no último dia 9, a Emater realizou uma visita técnica em algumas propriedades que já praticam o turismo rural em Delfinópolis.