Ézio Santos

PASSOS – Em seis meses, a coleta seletiva recolheu 498 toneladas de material reciclável na área urbana de Passos. De acordo com a Associação AAção Reciclagem, parceira no projeto, entre 9 de janeiro e 9 de julho a média chegou a 82 toneladas por mês, o que corresponde a 6% dos rejeitos.

Papel e papelão lideram a coleta de recicláveis, com 270,5 toneladas, seguido por plástico (60 toneladas) e vidro (50,5 mil quilos). Entre os metais, foram recolhidos 3,5 toneladas de alumínio e 1 tonelada de outros materiais. Julho, com 91 toneladas, foi o mês com maior quantidade de material coletado e, fevereiro, o que teve menos (57 mil quilos).

A AAção foi a única a participar do chamamento público feito pela prefeitura e recolhe. A partir de agosto, terá início uma nova etapa de divulgação da coleta, afirma o presidente Rubens Ferreira Januário.

“Existe ainda a necessidade de maior adesão da população passense na separação dos materiais recicláveis e disponibilizar para os catadores e caminhões de recolhê-los, nos dias estabelecidos. A AAção Reciclagem tem realizado um trabalho constante de educação ambiental para a coleta seletiva nos bairros, usando da metodologia de visita porta a porta, bem como através de palestras nas instituições, empresas, estabelecimentos de ensino e divulgação nas mídias sociais”, disse.

A estimativa é que o percentual de 6% da coleta seletiva pode chegar a ser três vezes maior, considerando que não há informação sobre material coletado pelos catadores autônomos. Conforme informações da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o índice nacional referente ao aproveitamento de material reciclável durante a coleta seletiva no ano de 2021 foi de apenas 4%.

O vice-presidente Gilson de Oliveira Wenceslau afirma que também há a necessidade da elaboração de um estudo para verificar a atual composição dos resíduos de Passos para saber o percentual possível de aproveitamento econômico e definir uma meta.

“Através da média de 82 toneladas mensais de materiais recicláveis, pode-se destacar como impacto positivo para o meio ambiente, pois, conforme informações da WWF-Brasil, que a cada 28 toneladas de papel reciclado evita-se corte de um hectare de floresta, aproximadamente 840 árvores, sendo que a produção dispensa processos químicos, evitando poluição ambiental”, afirma Wenceslau.

Segundo ele, a reciclagem de uma tonelada de alumínio economiza 95% de energia e cinco toneladas de bauxita. Os vidros são 100% recicláveis, sendo que uma tonelada reciclada evita a extração de 1,3 tonelada de areia e economiza 22% no consumo de barrilha, material importado. A reciclagem do plástico poupa até 90% de energia e gera mão de obra pela implantação de pequenas e médias indústrias, além de evitar degradação dos ambientes aquáticos.

Januário afirma que, como impacto social da coleta seletiva, destaca-se a universalização do serviço para todos os moradores da zona urbana, a geração de 33 empregos diretos, contratação de estagiários, apoio a catadores e famílias de baixa renda, através da distribuição de cestas básicas, além do envolvimento de vários voluntários.