14 de março de 2024
Foto: Divulgação.
Ézio Santos
PASSOS – Leonardo dos Reis Medeiros Filho e a professora Maria Cecília de Freitas Carvalho integram uma chapa de oposição na eleição para o Conselho Fiscal da instituição. A eleição está prevista para ocorrer no dia 24 deste mês, para o mandato 2024/2025.
Além dos dois, também integram a chapa Transparência Total, registrada em 15 de dezembro de 2023, como membro efetivo Edson Batista Medeiros e, como suplentes, Célia Ponciana de Freitas Marques Oliveira, Luciano Régis de Freitas e Odenar Reis.
Na última quarta-feira, 13, o diretor-presidente da Casmil, Renato Medeiros, informou que outra chapa também deve concorrer na disputa pelo conselho, e que a documentação de ambas ainda está em análise pela comissão eleitoral. Ele não soube informar o nome da segunda chapa e nem se é de outro grupo oposicionista ou do atual mandato.
Para Maria Cecília, a situação na Casmil é gravíssima. “Lá não tem transparência e nem como qualquer pessoa, que não esteja do lado do Renato Medeiros, saber. Nada está às claras desde quando sua posse foi oficializada, mas que até hoje geram muitas dúvidas. Não sabemos corretamente o patrimônio da cooperativa, se a dívida de quase R$ 100 mi é real, se estão recebendo o dinheiro rateado entre os cooperados para pagar os credores, dentre muitas outras incógnitas”, afirma.
Ainda de acordo com a cooperada, o rateio para quitar a dívida não é o melhor caminho escolhido pelo grupo administrador da Casmil. “Sou a favor de solicitar ordem do Ministério Público para leiloar todos os bens móveis e imóveis penhorados, que rendem muito além do que tem para pagar e ainda sobra para o quem tem direito. Depois, dá baixa no CNPJ, porque a cooperativa não tem mais futuro, e pronto. Melhor do que ficar tentando resolver o problema sem solução através de vias judiciais”, afirma Maria Cecília.
Consta no edital de convocação para a Assembleia Geral Ordinária no dia 24 deste mês que o número de associados aptos a votarem é de 2.156, mas a candidata questiona. “É impossível ter essa quantidade hoje. Para mim, a lista não está atualizada, porque muitos que não deram baixa como cooperado já faleceram. Acredito que o número é bastante inferior ao divulgado, principalmente os que deixaram de fornecer leite quando a fábrica de laticínios para a produção”, disse.
Filha de João Ponciano, vice-presidente na gestão de José Calixto Mattar, o Zé Grosso, entre 2003 e 2006, a candidata se diz tremendamente revoltada na época em que a Casmil entrou em crise por causa da adulteração do leite e todos os envolvidos foram punidos pela Justiça Federal. Maria Cecília contou que, quando os familiares de Zé Grosso notaram que a situação estava crítica, um dos parentes transferiu todos os bens em nome deles, livrando a penhora de tudo e acabou prejudicando sensivelmente o seu pai.
“Ele foi enganado por muita gente da diretoria na época, porque assinou documentos que depois vieram a penhorar todos os bens móveis e imóveis dele. Até hoje a família ainda luta através de advogados para ter tudo de volta, mas nada de sucesso. Tudo que ele conquistou antes de morrer, há cincos anos, ficou como herança para os filhos, porém não temos direito”, desabafou Maria Cecília.