S. S. PARAÍSO – Os projetos das empresas Up Vendas e AgroPCP foram aprovados no Compete Minas, programa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que tem como objetivo aumentar a competitividade das empresas mineiras e fortalecer cooperativas, startups e faculdades.
As duas empresas foram prospectadas pelo Núcleo de Inovação e Tecnologia do campus de São Sebastião do Paraíso (Nitessp) e desenvolveram os projetos em parceria com pesquisadores da unidade da Universidade Federal de Lavras (Ufla) no município.
O projeto apresentado pela Up Vendas foi de “Identificação e Análise de Fraudes por Revendedores no Mercado de Vendas Diretas através de Métodos de Inteligência Artificial”, que tem como objetivo desenvolver um sistema inovador de análise de risco de crédito, utilizando inteligência artificial, aprendizado de máquina e conhecimento adquirido por experiência humana. O projeto foi coordenado pelo professor Leonilson Kiyoshi Sato de Herval.
“Neste projeto vamos trabalhar com uma solução usando a inteligência artificial na análise de risco, tanto no cadastro quanto nas transações financeiras realizadas pelas vendedoras de venda direta. Isso irá garantir maior segurança para as vendedoras, menor inadimplência e menor risco de golpes financeiros”, explica.
“Estávamos analisando e estudando uma forma de utilizá-la, principalmente no combate à fraude de pagamentos online, onde o Brasil é líder mundial de fraudes nesse tipo de transação. Queríamos desenvolver uma tecnologia de combate às fraudes em pagamentos online utilizando a inteligência artificial que prevenisse todo tipo de fraude do qual já havíamos sido vítimas”, afirma o CEO da Up Vendas, Francisco Lúcio.
“Isso é um marco muito importante para a Up Vendas pois será a primeira vez que utilizaremos a inteligência artificial em um negócio aplicado”, disse ele.
Já o projeto aprovado da AgroPCP é o “Dispositivo para Aquisição Automatizada de Dados de Geolocalização, Velocidade e Vazão integrados a um software para Análise e Tomada de Decisão na Cadeia Produtiva do Café”, que foi coordenado pelo professor Henrique Luís Moreira Monteiro.
O objetivo é que esse dispositivo capte informações dos manejos da lavoura, como a pulverização, faça o controle da vazão e envie os dados coletados para um software que irá compilar essas informações e demonstrar, em forma de gráficos, os dados de como foi o manejo.
“Dessa forma as informações serão automáticas, reduzindo o número de erros. Esse banco de dados ajuda na gestão da lavoura e na economia dos insumos utilizados, além de propiciar que esse processo aumente a eficiência e produtividade”, afirma o professor Henrique.
O recurso obtido permitirá a alavancagem do projeto, proporcionando os meios necessários para investir em pesquisa e desenvolvimento junto a equipe multidisciplinar da Ufla de Paraiso.
“Será possível desenvolver funcionalidades inovadoras que automatizem o fluxo de informações entre o campo e o sistema de gestão, assegurando uma aplicação otimizada e controlada de insumos agrícolas”, aponta a sócia fundadora da AgroPCP, Beatriz Loguércio.
Beatriz acrescenta que a aprovação pelo Compete Minas valida a importância e o potencial do projeto, conferindo credibilidade e visibilidade ao desenvolvimento da ferramenta.
“Esse suporte financeiro e institucional pode abrir portas para futuras parcerias, contribuições adicionais e, eventualmente, a expansão do mercado-alvo do software AgroPCP. Em suma, o recurso conquistado é fundamental para transformar a visão do projeto em realidade, impactando positivamente a cadeia produtiva do agronegócio, principalmente na cultura do café, onde as tecnologias ainda precisam ser mais desenvolvidas”, conclui Beatriz.
A apresentação do Compete Minas para os empresários da microrregião de Paraíso foi feita no dia 24 de janeiro de 2024 na sede da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de São Sebastião do Paraíso (Acissp).
“Isso é de extremo interesse da Acissp, pois impulsiona a inovação das empresas locais, promove a inovação tecnológica e fomenta a economia local”, avalia o presidente da associação, Matheus Colombaroli.
Ele destaca que a aprovação de dois projetos causa muita alegria e mostra uma das vantagens que se pode listar ao ter implantado no município uma universidade pública. ” A difusão de conhecimento e desenvolvimento tecnológico é enorme, dentre os inúmeros outros benefícios. Nosso trabalho agora terá por objetivo aumentar o número de empresas que consigam acessar os recursos do Compete Minas”.
“O incentivo financeiro com recursos não reembolsáveis pode ser o diferencial que empreendedores de nossa região precisavam para alavancar seus negócios”, diz Colombaroli.