GUAXUPÉ – Neste mês de julho, dom José Lanza Neto comemora 16 anos como bispo da Diocese de Guaxupé, tornando-se o nono religioso a ocupar a sede da Igreja Particular formada por 42 cidades no sudeste de Minas Gerais.
De origem simples e humilde, dom Lanza é natural da cidade de Pirangi (SP). Desde muito novo manifestou o desejo de ser padre, mas nunca se desligou de suas raízes. Quando era seminarista, voltava para casa de sua família na zona rural e logo se envolvia na lavoura e na colheita de alimentos.
As mesmas características do jovem seminarista José Lanza podem ainda ser percebidas com facilidade: um homem de conversa simples, que gosta de falar sobre assuntos relacionados à vida no campo, preocupado com a família e com raciocínio prático e rápido, próprio de quem lida com o trabalho braçal.
O lema escolhido por dom José Lanza em sua consagração episcopal é marca do seu pastoreio: “Permaneçamos no amor” (Jo 15,9). Amor que exige ternura e coragem para correção e orientação. Amor que requer disposição para percorrer longos quilômetros e ser sinal da graça de Deus e do Espírito Santo nas diversas comunidades. Amor que pensa e vê além do que está posto a sua frente, mas observa e vê um horizonte mais amplo.
Ao longo dos seus 16 anos de pastoreio e administração diocesana, realizou inúmeras atividades, visitas pastorais, ordenações diaconais e sacerdotais, melhorias no patrimônio, articulou a Santas Missões Populares, celebrou o centenário da Diocese. Porém, mais do que qualquer feito, é presença e sinal de unidade entre as paróquias e as comunidades, como recorda Santo Agostinho: “Onde está o Bispo, aí está a Igreja”.
Em uma entrevista em comemoração a esta data dom Lanza afirmou: “Proponho-me a ser verdadeiramente o pastor, o pai, o amigo, o irmão, o servidor, sempre contando com a Graça de Deus. Tenho consciência das minhas limitações. Tenho consciência de que todos esperam ser amados, acolhidos e encorajados por esta Igreja. Posso assegurar que, desde o momento de minha nomeação para a Diocese de Guaxupé, passei a guardá-la no meu coração e amá-la profundamente”.
Primeiros anos e vocação
José Lanza Neto nasceu no dia 31 de dezembro de 1952, em Pirangi (SP). Filho do casal Osvaldo Lanza e Palmira Bobato Lanza, tem quatro irmãos: Genésio, Ivone, Alice e Ângelo.
Fez seus estudos colegiais em Jaboticabal (SP), Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras das Faculdades Associadas do Ipiranga (SP) e Teologia na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, também em São Paulo. No dia 2 de agosto de 1980 foi ordenado diácono em sua cidade natal.
No dia 31 de outubro de 1980, foi ordenado presbítero, também em Pirangi. Foi vigário paroquial da Paróquia Senhor Bom Jesus, em Monte Alto (1980-1983); reitor do Seminário Maior Nossa Senhora do Carmo da Diocese de Jaboticabal, em Jaboticabal, e coordenador diocesano da Pastoral da Juventude (1983-1985); pároco da Paróquia São Benedito, em Jaboticabal (1985-1992); vigário paroquial da Paróquia São Sebastião, em Taquaritinga (1992-1995); membro da equipe de formadores da Diocese de Jaboticabal (1995-2002); pároco da Paróquia Senhor Bom Jesus, em Monte Alto (1995-2004).
No dia 23 de junho de 2004 foi nomeado bispo titular de Mades e bispo auxiliar de Londrina (PR).
No dia 13 de junho de 2007, sua santidade, o papa Bento XVI, o nomeou bispo diocesano de Guaxupé. Em estado de vacância por nove meses, a diocese mostrava-se ansiosa pela vinda do novo bispo. O anúncio festivo foi feito pelo administrador diocesano, padre José Augusto da Silva, na manhã do dia 13 de junho, em Celebração Eucarística, na Catedral Diocesana.
A nomeação de dom José Lanza foi motivo de festa para os católicos. Ainda no interior da catedral, os fiéis responderam à notícia com salvas de palmas e hinos de louvores. A alegria também foi espontânea nos rostos dos padres presentes.
Padre José Augusto afirmou: “nós recebemos a notícia com o coração em festa. Afinal, uma experiência de sede vacante é muito dolorosa, ainda mais no nosso caso, que perdemos o último bispo, dom José Mauro, de maneira tão trágica. Entretanto, já estávamos certos de que a Santa Sé não tardaria”.