21 de maio de 2025
LONGA CONTA A HISTÓRIA DA CAPELA CENTENÁRIA DE PASSOS / Foto: Reprodução
PASSOS – O filmmaker Daniel Morato Abreu deve lançar no próximo mês o documentário “Capela da Penha: 160 anos de fé, devoção e história”. A obra, de 53 minutos, conta a história da capela centenária que estampa o brasão de Passos, e foi produzida a partir de recursos da Lei Paulo Gustavo.
Segundo Morato, as gravações começaram em maio de 2024 e terminaram na Semana Santa deste ano. Contribuíram para a produção o pai de Daniel, Vicente Abreu, com roteirização e gravação; Leila Suhadolnik, com consultoria histórica; e Karoline Nascimento, com interpretação em Libras.
Na trilha sonora, participaram Renato Goetten e Marcos Assunção, que regravaram músicas na viola caipira, além das composições autorais do cantor e violeiro passense Anderson Júnior.
Morato afirma que o que motivou a escolha do tema foi “o fato de a capelinha estar no brasão da cidade, mas muitos passenses nunca sequer terem entrado lá”. O trailer do documentário está disponível nas redes sociais do videomaker.
Para a produção, realizada a partir da captação de R$ 40 mil pela Lei Paulo Gustavo, foram entrevistados os responsáveis pela última reforma da capela, historiadores e figuras da cidade relacionadas à capela.
“As senhoras que aparecem no trailer são a Suely Caetano, zeladora do Santuário da Penha, e a Regina Andrade, ex-presidente da irmandade da capelinha. Além delas, foram entrevistados o Padre Clóvis Nery, responsável pela última reforma, o arquiteto André Nery Figueiredo, que projetou e coordenou a reforma, e o Donato Mendes, que foi mestre de obras na reforma”, diz Morato.
“A Leila Suhadolnik é a linha guia por todo o documentário, contando a história da Capelinha, do Antônio Loulou [que a construiu], e contando algumas curiosidades sobre a Capelinha e a cidade”, explica.
Além da estreia prevista para ocorrer na própria Capelinha da Penha, Morato pretende exibir o documentário no auditório da Casa da Cultura, na Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e no Instituto Motirõ. A obra também deve ser disponibilizada no YouTube e em pen drives que serão destinados a escolas rurais do município.
A pesquisa para o documentário foi feita na Biblioteca Municipal, nos livros de Washington Noronha. Também foram consultados o livro “Capela da Penha: Memórias do Restauro”, do Padre Clóvis Nery, com fotos do André Nery, e edições antigas da Folha da Manhã.
“A Leila Suhadolnik também forneceu informações relevantes sobre a Capelinha. A Suely e o Sr. Donato trouxeram à tona memórias e relatos orais da Capelinha, detalhes que não se encontram nos registros escritos”, afirma Morato.
Para o filmmaker, que também participou da produção do documentário de Jerônimo Netto, lançado no ano passado e dirigido por Daniel Abreu, o maior desafio durante a realização da obra sobre a Capelinha da Penha foi a edição.
“A maior dificuldade foi a edição, pois foi a primeira vez que editei um longa-metragem. Aprendi muito nesse processo. Dei a sorte de encontrar o e-mail do André Nery, que atualmente mora no Peru, e consegui entrevistá-lo pessoalmente no único dia em que ele esteve em Guaxupé”, explica.
“As gravações foram muito espaçadas e meio que simultaneamente com a edição. Isso porque algumas informações foram surgindo com o tempo, como o André Nery, que só consegui entrevistar em agosto, e o Sr. Donato, que é meu tio, que mora na penha, descobriu em novembro, mas só consegui entrevistar em dezembro pois ele estava doente”, diz o produtor.
Foto: Reprodução