PASSOS – Um novo documentário sobre a Igreja do Rosário de Passos estreará em agosto deste ano. Intitulada “Rosário – Torres do Preconceito”, a produção da Casa Macota trata da demolição da igreja em meio a embates políticos da época e aspectos da cultura afro-brasileira na região.
“A Igreja do Rosário, mais do que uma construção física, representava um pilar da comunidade afro-brasileira em Passos, sendo um espaço de fé, resistência e celebração da cultura. Sua demolição, um marco controverso, será abordada com a devida profundidade, explorando as tensões políticas e sociais da época”, afirma a produtora do filme.
Ainda segundo a produtora, a primeira Igreja do Rosário foi erguida entre 1823 e 1931, em taipa e alvenaria, pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, com a participação significativa de negros escravizados.
A construção estaria ligada a desentendimentos políticos que levaram à restrição da prática religiosa de algumas famílias na Igreja do Senhor Bom Jesus dos Passos. Então situada na antiga Praça do Rosário, foi demolida em 1953 sob a alegação de insegurança de suas torres. No local, foi construído o atual prédio da prefeitura municipal.
O projeto traz Érica Simas como roteirista e diretora cinematográfica. Ela guiará o público por uma jornada que explora não apenas os eventos que levaram à demolição da igreja, mas também a sua conexão com a comunidade afrodescendente de Passos.
A equipe ainda é composta por Renato Macota, que assume as funções de diretor de fotografia e designer, e o historiador e museólogo Matheus Baltazar. O time foi responsável pela produção do documentário “Nos Passos do Barão. Em busca da História”, lançado em 2024, e que relata a vida e trajetória de Jerônimo Pereira de Mello e Souza, o Barão de Passos.
Assim como foi no ano passado, o documentário deste ano é realizado por meio de recursos da Lei Aldir Blanc. A equipe acredita que “este documentário será uma ferramenta poderosa para preservar a memória da Igreja do Rosário e, acima de tudo, para dar visibilidade e reconhecimento à inestimável contribuição da cultura afro na formação da identidade de Passos.”