Ícone do site Folhadamanha

DO LEITOR

Foto: Reprodução

Censura prévia

A restrição ao expressar-se sem limites sempre foi nossa companheira. Desde criança temos a censura; nós todos a impomos, até mesmo no início da vida dos filhos, como impedir,  ou pelo menos tentar isso (obviamente, “a priori”), de usar palavrões, de desrespeitar os mais velhos. Também submetemos os menores à “censura” de livros, publicações e filmes. Se fôssemos corrigir “a posteriori”, adotaríamos o “laisser faire, laisser passer”  e espancaríamos as crianças diariamente. Interessante notar que a direita que clama tanto pela irrestrita liberdade de expressão é a mesma que quer proibir nas escolas até simples referência à diversidade de gênero. Quanto à influência de opinião desabonadora à pessoa, ofensa à honra,  vemos o uso metafórico do termo “imagem”, na seara dos crimes contra o conceito do cidadão no seu meio. Paralelamente, temos a  imagem física, material, como a Vênus de Milo; foi achada já sem os braços; quem cometeu o desatino da mutilação mereceria a pior das punições –  mas já estava quebrada. Se acontecesse novamente, teríamos  talentosíssimos restauradores a torná-la à forma anterior, mas a imagem incontestavelmente não seria mais a mesma; seria uma imagem adjetivada, “restaurada”. Recentemente um grupo de soldados do Exército foi afastado e são eles  alvo de investigação. Teriam repassado aos moradores de uma cidade gaúcha  uma informação falsa sobre o rompimento de um dique e que local seria totalmente inundado. Felizmente, a mentira foi num sentido que causou apenas incômodos; se fosse ao contrário, teríamos muitas mortes, danos que jamais, por razões mais do que óbvias,  poderiam ser reparados “a posteriori”. E sempre vem à lembrança o caso da Escola de Base de São Paulo e outro mais marcante: de nada adiantou o reconhecimento tardio da inocência de Cristo. Nem Deus escapou da vilania da mentira desnudada “a posteriori”.

Raul Moreira Pinto – Passos/MG

 

Informação séria

“Contra o vírus da mentira, há o remédio da informação séria”, diz Cármen Lúcia ao tomar posse no TSE. Só faltou complementar que informação séria sem liberdade de expressão não existe. Nem tampouco eleições livres.

Jorge Alberto Nurkin – São Paulo/SP

Sair da versão mobile