Melhor é o que virá
A próxima eleição deve ser a mais importante da história da cidade por vários motivos. O atual prefeito nunca escondeu que queria ser prefeito e que gosta de ser prefeito. Mas gostar é uma coisa. Na minha ótica, a cidade avançou com Diego mas foi ‘pra cima’ antes de se preparar para ajeitar o que tinha e já bem bagunçado. Terá consequências, já as tem.
Porém, num estado de letargia e euforia tipicos, nem o cheiro do frango faz a cidade refletir que o da cerveja venta para o mesmo local. Ou o que é um manancial urbano, ou uma área de convivência ou um estado de bem viver. Diego ampliou muito sem ajeitar nada, então teremos muitos desajeitos. Foi pra cima sem olhar pros lados. Deu um pulo no improviso de uns 50 anos claramente sem medir onde vamos cair.
A Heineken é uma conquista industrial mas é o caso da multinacional que ganhou muita regalia e um rio, de uso múltiplo, de fluxo incerto, a área verde compensatória foi pra outra cidade e os impostos só lá na frente, e agora sob a nova reforma tributária. Aqui, ambientalmente, só fumaça. Cidades espertas e pensadas para a qualidade de vida e para o futuro não saem liberando e atraindo tudo antes de prepararem o crescimento, não saem crescendo na gritaria numa sociedade sem equidade, não saem abarrotando de loteamentos, querendo shopping maior que Franca e liberando arranha céus com o tanto de lote vago e de imóveis vazios no município. Vejam a dengue. Sintam o odor. Passeiem pelos bairros.
A qualidade do ensino público na educação básica tem que estar no nível do privado. Não está. Nem o transporte público, nem a coleta de lixo melhorou. Nem a segurança, e temos luz de led. 4 anos para asfaltar 28 ruas já encaminhadas anteriormente e ‘duzentas mil’ com buracos e praticamente todas as praças largadas e bairros sujos.
Diego pegou uma cidade mais organizada, com licitações feitas e com dinheiro em caixa, alma bolsonarista, governa na atmosfera do governo Lula, da volta das políticas públicas e dos investimentos, da melhora da economia e do PAC.
O plano da cidade passou inicialmente a ser uma Varginha e agora é virar Ribeirão Preto em 4 anos. Então há de se refletir. Isso impacta a todos, todas, todes, todxs, ‘tudis’, impacta a grande população – desde a coleta do lixo ao transporte público coletivo, da saúde ao buraco na rua, a segurança, a paz, os acordos coletivos, de convivência foram esculhambados. Tudo isso ja está comprometido em 3 anos e 5 meses.
Então uma cidade é mais que atrair tudo pra ela e dobrar a população, é cuidar dela. É prepara-la. É humaniza-la. E isso exige debate de diferentes cabeças e vertentes coisa que hoje não tem é não se promove. Não tem nem quem faça perguntas difíceis num programa de rádio ou de TV. E nunca, jamais se investiu tanto recurso público em mídia. Até problema vira festa.
Não se trata de crítica, mas da mais pura realidade porque uma cidade não deve ser uníssona e sim coletiva e plural. A dengue prova.
Então, precisamos muito de melhorar o nível da Câmara e também no executivo. A realidade exige e o breve futuro não perdoará.
Ricardo Piantino – Passos/MG