Leitor Opinião

DO LEITOR

1 de julho de 2025

Foto: Reprodução

Judeus – Divagações

Talvez pelo meu descrédito aos ritos, à história e escrituras ditas sagradas ligadas ao que chamam de divino, descrédito este limitado pela mais pura honestidade intelectual que consegui receber da natureza, posição esta que ressalto não ser ofensiva a quem pensa o contrário, tenho também um entendimento peculiar sobre o povo judeu ou o judaísmo.

Possuo uma grande admiração pelas posições tomadas pelos judeus no mundo, entendo que utilizam bastante a racionalidade e foco em objetivos nobres na maioria das vezes.

Apesar do mito de se considerarem um povo escolhido pela divindade, acho que grande parte acredita que “esta escolha” é uma lenda e que integra um processo de unificação filosófica, mais do que uma realidade ou uma questão de aparente soberba.   Percebo que talvez, tirando sempre as ortodoxias, que não é um povo tão chegado ao divino (e isto pessoalmente me agrada), partindo mais para o humanismo, o uso do intelecto e da razão.

Grandes nomes do povo judeu, pequeno em relação à população mundial, se destacam justamente por isto, por esta ausência do que se chama em outros locais de divino, com figuras proeminentes no pensamento mundial desprovidas do teismo pragmático, tal como Albert Einstein, Sigmund Freud, Karl Marx, Baruch Espinosa, Arthur Miller, inúmeras figuras expoentes nas artes e sucessos importantes, e pelo menos quase duas centenas de agraciados ou 20% dos premiados com o Nobel notadamente nas áreas científicas, não demonstram claramente o que poderíamos chamar de prepotência dos escolhidos.

Embora não seja uma grande virtude do ser humano a distinção real do bem e do mal, parece que uma das buscas dos que se enquadram nesta linha de pensamento seja justamente este, ressalvando que todos somos sujeitos às mazelas e fraquezas persistentes na nossa pérfida natureza animal.
Roberto Barbieri – Passos/MG