Leitor Opinião

DO LEITOR

25 de março de 2025

Foto: Reprodução

Crianças

Na última sexta-feira, 21.03.25, em dois momentos e lugares diferentes, surgiram nas telas crianças, aparentemente, da mesma idade, cerca de oito anos. Na primeira aparição, crianças chorando, porque feridas, muitas sangrando, e porque perderam mães, pais, irmãos; na segunda, elas comemoram efusivamente e com grande alegria o gol do Brasil. O primeiro episódio narrado ocorreu em Gaza, o segundo no estádio de Brasília. São crianças; as situações poderiam ser invertidas, com os mesmos prantos e risos, a mostrar que crianças são todas iguais, são as mesmas em todo e em qualquer lugar.  Todos sentem pena das crianças; ficam indignadas. Mas isto não basta! Podem estar certos os que creem de que somente dó e indignação não serão passaporte para o Éden. Agora, um pouco de ironia: apesar de meus 80 anos, até ontem eu não sabia que existiam tantos terroristas crianças…

Raul Moreira Pinto /Passos – MG

 

Tempos Estranhos

Percebe-se uma certa estranheza entre advogados sobre a aplicação das penas pelo STF em relação às invasões ocorridas no dia 8 de janeiro de 2023, nas dependências de órgãos públicos do governo federal em Brasília. Vejamos um exemplo: uma pessoa escreveu com batom em uma estátua e foi condenada a 14 anos de prisão. Sabemos que, de acordo com o Código Penal, a pena para quem pixar um bem público varia de 1 a 3 anos, sendo que, se a pessoa for primária, pode até responder em liberdade. Em comparação com essa contravenção, os crimes contra a vida muitas vezes recebem penas muito mais leves. Isso leva quem observa de fora a perceber uma injustiça, pois parece ir contra a lei. Precisamos exercer tolerância zero contra os crimes, mas, ao mesmo tempo, não podemos ignorar o que diz o Código Penal, o que pode ser interpretado como abuso de autoridade. Há uma necessidade urgente de reformulação do Código Penal, para que a aplicação da lei não pareça um ato de vingança, mas sim uma medida justa. Por que o Congresso, que tem a responsabilidade de criar as leis, não se dedica a esse tema com a mesma rapidez com que discute as emendas que surgem da noite para o dia?

Izabel Avallone – São Paulo/SP