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DO LEITOR

FOTO: REPRODUÇÃO

Com a realização em novembro, no Azerbaijão, da COP 29 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), a atenção global voltou-se com ênfase para a urgência de enfrentamento do aquecimento global, cujos efeitos são cada vez mais sentidos em tempestades, calor excessivo, tufões e secas prolongadas, no Brasil e em todo o mundo. Nesse sentido, um dos principais focos deve ser o planejamento urbano sustentável, essencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar o problema, como se pode observar no novo Relatório Mundial das Cidades, que acaba de ser apresentado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat).

A publicação destaca os desafios urgentes impostos pelas mudanças climáticas sob a ótica da rápida e intensa urbanização. Alerta que mais de dois bilhões de pessoas podem enfrentar um aumento adicional de pelo menos 0,5 grau Celsius na temperatura até 2040. Mais grave é constatar que os esforços para conter o aquecimento global nas áreas urbanas estão aquém do patamar necessário para enfrentar esse imenso desafio.

Entendo que o planejamento urbano sustentável tenha cinco pilares essenciais. O primeiro deles diz respeito às moradias. No Brasil, em especial nos grandes municípios, persiste déficit de residências e, tão grave quanto, há grande quantidade de pessoas vivendo em habitações precárias e em locais desprovidos de infraestrutura mínima, expondo os habitantes a condições insalubres e gerando poluição, com práticas como a queima irregular de lixo. Precisamos resolver isso, com mais adensamento populacional em áreas com infraestrutura consolidada, legislação menos restritiva ao número de andares dos prédios e melhores condições de financiamento.

O segundo pilar refere-se aos transportes, uns dos maiores emissores de gases de efeito estufa. A transição para sistemas mais sustentáveis, como veículos elétricos, ciclovias, metrô e ônibus movidos a combustíveis mais limpos e renováveis, é determinante. Exemplos de sucesso são cidades como Copenhague, na Dinamarca, e Amsterdã, na Holanda, onde a infraestrutura para bicicletas e sistemas públicos de mobilidade de alta qualidade reduziram significativamente as emissões.
Continua…

Luiz Augusto Perteira de Almeida – São Paulo/SP

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