5 de setembro de 2024
FOTO: REPRODUÇÃO
Minha viagem
A noite anterior a minha viagem a Belo Horizonte foi totalmente atípica.
Na varanda de minha casa, sob o silencio da cidade, onde os sapos mostram seus talentos roncando, passa pela minha mente todo o passado, onde a única coisa positiva era meu sonho consistente que nunca deteriorou com o tempo.
Lembro-me de minha estadia em Belo Horizonte.
Tempos difíceis onde à busca homérica distorcia a clarividência da realidade.
Hoje, com o presente de encontros, digo que o pretérito só foi verdadeiro os caminhos dos fracassos percorrido que serviram de bussola para encontro meu com a vida e comigo mesmo.
Hoje saio exclusivamente, para ir a Belo Horizonte comprar livros.
Pretendo dar um tom cosmopolita a minha biblioteca. O que de vanguarda existe no mercado compro com satisfação.
Chega seis horas da manhã do dia seguinte telefono para meu sobrinho, que será motorista, que está na hora de partir.
Minha cidade, ainda tímida, ouve o barulho dos primeiros tratores indo para labor roceiro.
Agora são meio dia, chegamos a Belo Horizonte. Troco o roncar dos sapos, pelo apito das sirenes dos carros policiais.
Assusto com tamanha e distante realidade que mim libertei.
Chegamos à livraria, deslumbrado pelos livros, compro o suficiente para leituras anuais.
Agora é tardinha preparo para volta. O trânsito infernal faz sonhar com a varanda de minha casa, lugar bucólico e paradisíaco.
Finalmente, saímos de Belo Horizonte, mando meu sobrinho parar no Restaurante de Oliveira onde jantamos.
No silencio do carro lembro-me do que meu melhor amigo, colega de festival em Boa Esperança, que hoje é um insigne desembargador do TJMG.
O mundo dos sonhos deslumbra para a nova realidade. E a racionalidade é o novo guia de nosso mundo atual.
Chegamos às 22 horas em Coqueiral de novo.
Os sonhos do passado parecem que cederam para a luta do presente.
Agora tudo volta ao normal ouço o programa “Panorama Esportivo” no radio despedindo da noite, porque amanhã estarei na praça da cidade fazendo meu Cooper, matinal enterrando o passado e o presente, raiando como os primeiros brilhos do sol nascente.
Juarez Alvarenga- Coqueiral/MG