22 de agosto de 2024
Foto: Reprodução
Nomes e rodas
Um tempo atrás, fiquei sabendo da mudança do nome da rótula, o osso do joelho; o atual é patela. Busquei a etimologia para ter alguma pista sobre o motivo da alteração. Ambos os nomes vêm do Latim, são duas formas diminutivas. Rótula, rodinha; patela, pratinho. Apareceu-me uma explicação para a mudança: patela se aproxima mais da forma daquele osso, pois roda tem furo. Será que furo faz parte da essência da roda? Para que serviria a “roda” se não tivesse furo? E nem eixo? Não é se de imaginar uma roda de engrenagem sem os dois. Com todo o respeito, mudar o nome já consagrado há décadas ou mesmo séculos é ridículo, ainda mais por razões do tipo. Será que se vislumbra mudar o nome da “orelha” para “caracol”? Veja como não é banal a questão: uma cultura, uma ciência, podem deixar de serem dominadas, se os elementos delas simplesmente mudarem de nome, principalmente se adotadas palavras exóticas. Desconhecimento dos princípios por desconhecimento dos nomes que os explicitam.
Raul Moreira Pinto – Passos/MG
Pantanal
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou um prazo de 18 meses para o Congresso Nacional aprovar uma lei específica para a proteção do Pantanal. Desde o anúncio dessa medida, em junho, os incêndios começaram e não pararam mais. O Pantanal vai queimar por 18 meses, até que as tais medidas sejam anunciadas pelo Congresso?
Não vai sobrar nada para ser protegido no Pantanal após 18 meses de incêndios criminosos ininterruptos. Depois do fogo, virão o gado e a soja, a maior planície alagável do planeta não alaga há anos e nunca mais deve alagar, graças à construção de uma infinidade de pequenas represas dispensadas de licenciamento ambiental.
Seria ótimo se alguém no STF acordasse e tomasse conhecimento do que está acontecendo no Pantanal enquanto a tal legislação protetora não fica pronta.
Mário Barilá Filho – São Paulo/SP