Ézio Santos
PASSOS – Para o diretor-presidente da CAF, Cleber Alves Ferreira, o vice-prefeito de Passos e secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Arlindo Nascimento, “pegou pesado” ao afirmar que veículos utilizados pela empresa no transporte de passageiros na cidade parecem “para animais”. Segundo Ferreira, 90% da frota da empresa está renovada. Ele também disse que as ruas estão esburacadas e cobrou melhoria nas condições das vias.
A afirmação do secretário foi feita durante reunião na Comissão de Administração Pública e de Políticas Urbana e Rural da Câmara, realizada na última quinta-feira. Arlindo disse que, após assumir a secretaria, que engloba trânsito e transporte, utilizou o serviço público para passageiros. “Eu andei de ônibus coletivo em Passos quando assumi a pasta e parece transporte parece para animais”, afirmou. Ele também disse que deu duas advertências à empresa.
“O Arlindo se esqueceu de quando recebi a advertência, já tinha comprado 13 veículos seminovos e substituindo gradativamente pelos bastante rodados. Hoje, faltam apenas três para começar a rodar. Ele tem de entender que as trocas não se fazem em um ou dois meses, porque os carros chegam sem revisão, pintura e plotagem. Todos têm, no máximo, sete anos de uso, sem nenhum problema mecânico – que pode ocorrer a qualquer momento – carroceria com bancos novos, janelas conservadas, e equipamentos de segurança”, disse Ferreira.
Segundo o empresário, a nova frota está quase completa e o estrago nos ônibus pode ser creditado ao “péssimo estado de conservação das vias públicas”.
Ferreira também disse que só não antecipou a renovação da frota por força de contrato. “A assinatura da concessão durou muito tempo, e como ainda estava apenas com o contrato de forma emergencial, desde 2019, eu não ia investir sem saber se minha empresa continuaria em Passos”, disse.
Em cerca de três anos e meio, a frota de ônibus continua a mesma e, segundo o diretor, há o desgaste natural, mas ele ressalta que, no período, não houve nenhum acidente grave, exceto leves colisões que ocorrem constantemente e nem sempre por culpa do motorista da empresa. Ferreira afirma que a falta de conservação das vias causa problemas com peças da carroceria e pneus, o que pode gerar barulho nas janelas e bancos.
“É sabido por todos que a maioria das ruas de Passos por onde passam os ônibus está esburacada ou com problemas no calçamento, e fazem estragos mecânicos e de funilaria, mesmo com revisões periódicas. O Arlindo quer pressa na troca da frota que demanda tempo? Então aviso a ele que a CAF já está finalizando a substituição dos veículos velhos de acordo com o cronograma proposto, faltando apenas três, e quando vier a quinta linha diametral vou comprar mais dois. Será que as ruas estarão todas em plenas condições de tráfego?”, disse o diretor.
Tarifa
Para Ferreira, para usuário do transporte público de passageiros, o valor de R$ 3,90 pela passagem pode parecer alto, apesar de ser uma das mais baixas do sul do Estado, e se o subsídio repassado pela prefeitura à empresa fosse maior, o preço da passagem poderia ser zero ou em torno de R$1. “Não quero puxar a sardinha para o meu lado, mas hoje, se a prefeitura me oferecesse um subsídio mensal compensatório, a população teria tarifa zero ou entre R$ 1 e R$ 1,50, como já é realidade em muitas cidades do país. Em Arcos (MG) e Araucária (PR), onde a CAF atua, o povo anda de graça”, disse.