Durante a evolução humana, adquirimos a faculdade da linguagem e a capacidade biológica de nos comunicar, expressando ideias, sentimentos e opiniões. Seja nas relações sociais, seja na política, a tarefa de construir o bem comum necessita, acima de tudo, do diálogo. São nas relações interpessoais e nas trocas que fortalecemos a nossa voz, em sintonia ou em oposição àqueles que nos rodeiam. Trago essa reflexão por um único motivo: vivenciamos, recentemente, uma das eleições mais acirradas e polarizadas do país, em que cada setor da sociedade se posicionou conforme a defesa de seus ideais.
Agora é tempo de nos unir e seguirmos em frente. E um passo importante para continuar avançando nas conquistas do agronegócio mineiro é dialogar com nossos representantes legais na esfera estadual, com quem o setor já tem um relacionamento estabelecido, e no âmbito federal, por meio dos Ministérios da Agricultura, de Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente.
Conversar com quem pensa diferente não é sinônimo de submissão. É um recurso da democracia que permite fazer da política uma ferramenta transformadora de realidades - o que, de fato, ela deve ser. Dialogar é também uma estratégia inteligente para mostrar quem somos, qual o nosso tamanho e a nossa importância para a sociedade, bem como para construir entendimento e nos fazer reconhecidos por contribuir, sobremaneira, para o desenvolvimento socioeconômico nacional.
Somos um setor que se fortalece a cada dia. Em menos de cinco décadas, o Brasil deixou de ser um importador de alimentos para se tornar um dos mais proeminentes exportadores de commodities agrícolas do mundo. A participação do agro no PIB nacional foi superior a 27% em 2021. Despontamos muito à frente dos demais países no que se refere à agropecuária sustentável, com uso de tecnologias e práticas regenerativas do solo e fixadoras de carbono. Nosso país tem mais de 66% da sua vegetação nativa preservada e provê serviços ecossistêmicos ao mundo.
Em Minas Gerais, somos mais de 500 mil produtores rurais, sendo 90% desse grupo formado por pequenos agricultores e pecuaristas, que trabalham para colocar diariamente alimento barato e de qualidade na mesa de milhões de pessoas. As atividades rurais geram renda e emprego, e garantem à sociedade o acesso à cesta básica. Por isso, esperamos o apoio e o respeito do Governo Federal, para que os homens e mulheres do campo continuem a exercer, com tranquilidade e segurança, suas atividades da maneira como sempre fizeram: organizada, ordeira, consciente e sustentável.
Nossa expectativa é que seja implementada uma política econômica que leve ao crescimento equilibrado dos diferentes setores, com integração entre a iniciativa privada e o poder público. Vamos atuar em parceria com os parlamentares federais e estaduais para termos uma legislação moderna, que traga resultados positivos à população e assegure a continuidade das ações em prol de um agro produtivo e pujante, capaz de contribuir para a erradicação da insegurança alimentar mundial.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) seguirá firme em seu papel de defender os produtores rurais mineiros. Dialogaremos respeitosamente com os poderes legislativos e em sintonia com o setor produtivo do estado - indústria e varejo – para caminharmos juntos rumo ao bem-estar social e desenvolvimento do nosso país.
ANTÔNIO PITANGUI DE SALVO, engenheiro agrônomo e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais