Débora Meira
PASSOS – O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, celebrado nesta quarta-feira, 28. A data marca o dia do incidente de Stonewall, quando frequentadores de um bar no bairro Greenwick Village, em Nova York, reagiram contra ações truculentas da polícia, em 28 de junho de 1969.
De acordo com a aluna extensionista e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Educação e Sexualidade (Neges) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSul de Minas), campus Passos Maria Paula de Souza Pereira, o principal estudo realizado é sobre sexualidade, educação e gênero.
“Nossas pesquisas são voltadas a esses temas, nós temos discussões, reuniões e um clube de leitura onde nós fazemos vários projetos voltados para a comunidade LGBTQIP+, fazemos projetos voltados a violência de gênero. Nós queremos ampliar nossa atuação para além da sala de aula, de forma que a gente consiga conciliar e colocar em prática todo conhecimento científico adquirido”, disse.
“No primeiro semestre realizamos um evento com psicólogos, educadores, advogados e estiveram presentes mais de 300 pessoas, nós falamos sobre direitos humanos, sexualidade e foi um evento muito bacana. Atualmente estamos com novos projetos, um deles é o podcast do grupo, o Talk Neges, que vai abordar sobre a comunidade, o porque do mês de junho ser o mês da diversidade, então vamos abranger todo esse contexto”, comentou.
A aluna também destacou que o grupo vai promover nas redes sociais um projeto conhecido como “Pílulas de Conhecimento”, onde membros e outras pessoas poderão dar depoimentos sobre violências que sofreram, sobre suas relações com a sociedade, sobre violência doméstica e outros temas.
“O Neges não é um projeto exclusivo do Instituto Federal de Passos, esse projeto está presente em outros IF, como Pouso Alegre, Machado e Muzambinho. Nós enfrentamos várias dificuldades, como tentativa de desmonte do grupo e violência quando abordamos esses assuntos, então esse projeto é para promover conhecimento porque esse é nosso intuito maior”, afirma.
Segundo a responsável por um estabelecimento que acolhe a comunidade LGBTQIAP+ Alessandra Daniele Teodósio Nishimura (Japa), é um desafio ter um local voltado para o público devido ao preconceito. “Sofremos preconceito desde a inauguração, mas até então era algo mais velado. Até hoje, tudo para nós é mais difícil, as leis da cidade só funcionam no meu comércio, acho que o justo seria se funcionasse igualmente para todos”, disse.
“Nós enfrentamos um episódio horrível em que uma pessoa falou atrocidades sobre meu estabelecimento e o público, depois que aquele áudio terrível vazou, a população passou a entender um pouco do que enfrentamos todos os dias. Sentia que faltava um lugar legal, com um preço bom que a galera LGBTQIAP+ e a galera negra pudesse ir sem sofrer preconceito, então montei meu bar”, comentou.