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Dia a Dia

DÉCIO MARTINS CANÇADO

Fui convidado a discursar, e agora?

Discursar é uma tarefa fácil, mas que, na verdade, se torna uma tremenda dor de cabeça para muita gente. Em qualquer tipo de convivência social ou profissional, sempre acontecem eventos os mais variados possíveis e nos quais inúmeras pessoas são praticamente obrigadas a dar suas opiniões, descrever suas experiências, contar fatos ocorridos, homenagear alguém, repassar conhecimentos, enfim, falar, usar a voz.

Muitas pessoas têm facilidade para se comunicar verbalmente, seja numa reunião ou evento familiar, social ou empresarial. Outras, por questões várias, têm dificuldade. Quando se trata, então, de fazer um discurso, a situação muda um pouco. Há pessoas com facilidade para o desempenho e outras, nem tanto!

Tratando-se de fazer discurso, é preciso que as pessoas entendam que, como todo trabalho, toda tarefa, exige um preparo, um planejamento lógico e racional. Um estudante de cursos técnicos ou universitários poderá ser convidado, pelos seus próprios colegas, a discursar numa cerimônia de formatura.

Uma pessoa que ocupa um cargo numa entidade qualquer, pública ou privada, poderá ser convidada a discursar num evento promovido pela entidade, seja um evento para comemorar resultados, para inaugurar uma obra ou a formação de um novo serviço ou departamento na entidade, enfim, há várias situações de eventos. Alguém poderá ser convidado a discursar numa festa familiar ou social, para falar de um determinado assunto.

Estamos elencando situações que ocorrem de verdade! Estamos, também, considerando que as convocações ou convites para as pessoas discursarem ocorram com certa antecedência e não de surpresa, na hora do evento. Não posso afirmar categoricamente, mas acredito que poucas pessoas, as mais experientes de verdade, têm condições de serem surpreendidas num último instante e darem conta de desempenhar o desafio.

Às vezes, tais pessoas, por serem experientes, se previnem imaginando que possam ser surpreendidas com um convite de última hora. Assim, caso aconteça, elas já têm, mentalmente, preparado um pequeno discurso. Outras vezes, em certos eventos, é comum o apresentador ou o mestre de cerimônias, de acordo com os dirigentes do evento, apresentar, no final, a famosa “palavra franca”.

A tribuna está à disposição. Às vezes, aparecem alguns oradores ou apenas um e, às vezes, nenhum. Eu acredito que o perigo é aparecer algum orador sem noção de tempo e extrapolar, justamente quando já está no final do evento. Também acredito que o apresentador poderá, com muita perspicácia e habilidade, pedir que usem um determinado tempo, alguns minutos, o suficiente para dar o recado. Pode não ser muito “educada” tal atitude, mas serve para alertar as pessoas. Mostrar que o uso da “palavra franca” é uma cordialidade que deve ser tratada adequadamente, sem exageros.

As pessoas que não têm grande experiência de falar em público e são convidadas ou mesmo convocadas para fazer um pronunciamento, precisam, então, tomar providências sérias para exercer a tarefa com satisfação, com galhardia. É aí que entra o planejamento.

Uma pessoa, devidamente convidada ou convocada, precisa entender sua posição, tomar conhecimento do tipo de evento que ocorrerá, o local onde será, a quantidade de pessoas que estarão presentes, o tipo, ou melhor dizendo, o nível de conhecimento, cultural, o nível de educação das pessoas e, principalmente, o assunto que deverá ser abordado para a plateia.

Usar corretamente a voz, também exige preparo, ensaio. Vejamos um exemplo: um estudante que foi escolhido para discursar na formatura, deverá fazer um discurso relembrando os mais interessantes acontecimentos ocorridos durante o transcorrer do curso, prestar homenagens e agradecimentos aos professores, aos próprios colegas, pela amizade e companheirismo e à escola que lhes deu a oportunidade de realizar o curso. Tal discurso não precisa ser longo, em poucos minutos poderá ser dado o “recado”.

Um outro exemplo: uma inauguração de uma nova unidade ou serviço, numa entidade. Em poucos minutos, o orador poderá relatar o trabalho feito desde o nascimento da ideia e os caminhos seguidos para completar a obra.
Concluindo: não se pode esquecer a abertura do discurso, os cumprimentos, apresentações e agradecimentos. O final, também, é importante. Deve ser encerrado o discurso, geralmente, agradecendo a todos pela educada atenção para com o orador.

LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO, professor de oratória e de técnica vocal para fala e canto em Carmo do Rio Claro/MG, ex-professor do ensino comercial com reg. no MEC, formado no curso normal superior pela Unipac. E-mail: luizguilhermewintherdecastro@hotmail.com

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