LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO
Uma história de sucesso
Depoimentos na vida de uma pessoa sempre trazem histórias interessantes. Quando são depoimentos mostrando dificuldades vencidas e com um final de sucesso, servem como exemplo de vida. Quando são depoimentos de erros cometidos e que ajudaram a afundar a pessoa, mas depois, com a compreensão, as ideias colocadas no lugar e o sucesso se fez presente, também servem de exemplo.
Colhemos, num exemplar da revista Brasil Rotário de abril de 1994, na página 10, um texto que leva o título acima. O autor é Tony Weissgarber, sócio do Rotary Club de San Antônio, Estado do Texas, nos Estados Unidos da América do Norte. Traduzido da The Rotarian (ipsis litteris). Com nossa redação, aqui interpretaremos o autor.
Era o início dos anos de 1980. Uma decaída econômica invadiu o sudoeste dos Estados Unidos da América do Norte. Percebi que o ramo de negócio de fotos aéreas, em que atuava sozinho, iria sofrer consequências. Eu estava em San Antônio, no Estado do Texas. Era dependente do ramo imobiliário para o meu negócio. Construtores e agentes comerciais estavam cortando gastos e muitos estavam fechando as portas, para evitar a falência ou mesmo falindo.
No ano de 1983, eu conseguia uma renda bruta um pouco maior de USS$100.000,00. Chegando o ano de 1990, eu tinha um pouco mais de USS25.000,00. Lembremos que estamos falando isso em 1994. Hoje, meu pequenino negócio se encontra mais firme, mais sólido de quando começou a crise, o declínio. Foram duas atitudes, dois atos que salvaram o meu ramo. Cortei minhas despesas o máximo que foi possível e resolvi expandir o meu potencial de renda.
Procuremos entender. Em 1985 resolvi fazer uma revisão em todos os cheques que havia emitido no ano anterior e questionei para mim se tais gastos que fiz foram necessários, se foram vitais para o meu negócio. Sendo a resposta não ou talvez, para cada gasto, eu deixava de aplicar dinheiro naquela despesa, serviço ou produto. Até o meu avião Cessna foi vendido. Eu alugaria um avião para fazer o meu trabalho fotográfico.
O meu avião custava USS600,00 por mês, mesmo que nem ligasse os propulsores dele. Nos recentes meses passados gastei menos com aluguel de avião do que o custo com aluguel do hangar. Por ser rotariano eu me dei a permissão de gastar com as taxas do Rotary. Não podia deixar de ser rotariano, pois gostava muito do ambiente, dos companheiros, enfim, da camaradagem. Não podia prescindir do Rotary.
Minha segunda atitude ou segundo ato, foi conseguir uma renda extra para o meu negócio de fotografia. Querer aumentar a clientela era tentar semear em campo que já foi cultivado, não havia mais produtos para colher. Também me questionei sobre o que poderia fazer para comercializar com outros profissionais do meu ramo. Lançar livros sobre fotografia, não era viável. Já havia demais no mercado! Eu me lembrei e observei que nem sempre um avião pode descer muito rumo ao chão para dar o ângulo ou a perspectiva corretamente.
O preço de um helicóptero, pensei, é muito alto! Além disso, faz muito vento e provoca muita poeira. Usar um guincho para levantar uma pessoa, além de caro, também é desajeitado. Eu precisava ter uma solução com algo que, não sendo caro, me desse a possibilidade de tirar uma foto sob uma perspectiva alta, sem depender de nenhuma ajuda. Um aparelho que outros fotógrafos também pudessem usar. Procurei um companheiro do Rotary, Klaus Weiswurm, dono de uma loja de aparelhos e mais uma fábrica. Conversamos e juntos criamos um tripé de nove metros de altura. Ficou muito agradável utilizá-lo.
Consegui patentear e vendo para o país inteiro. O negócio pareceu ser uma mina de ouro. Minha forma de trabalhar e pensar é simples: mantenha a mente aberta, pense numa ferramenta ou numa ideia que possa compartilhar com outros, seja você autônomo ou empresário. Não tenha medo de cortar despesas, mesmo antes de precisar fazer isso. Pense em algo que você tem e que possa vender.
O autor do texto termina dizendo que despesa fixa não existe. Bem, aí é uma questão de interpretação. Acredito que ele quis dizer que tais despesas possam ser diminuídas, controladas, administradas, como racionalizar na energia elétrica, na água, no material de limpeza, de consumo, evitar desperdícios, negociar aluguel, etc. É a sempre já conhecida “organização racional do trabalho”.
LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO, professor de oratória e de técnica vocal para fala e canto em Carmo do Rio Claro/MG, ex-professor do ensino comercial com reg. no MEC, formado no curso normal superior pela Unipac. E-mail: luizguilhermewintherdecastro@hotmail.com