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Dia a Dia

Foto: Reprodução

DÉCIO MARTINS CANÇADO

Salvemos nossas crianças

Não tenho a pretensão de ser ‘dono da verdade’, nem sou conservador, a ponto de entrar em polêmicas vãs. Mas também não posso, como educador comprometido com o presente, visando a um futuro melhor para nossas crianças e jovens, deixar de enfocar nesta coluna um assunto tão sério, e sempre atual, como a formação moral de nossas crianças e jovens. É cada vez mais comum encontrá-los utilizando palavrões em suas conversas, como se tudo fosse muito natural. Desrespeitando-se mutuamente e, também, a pais e professores, achando tudo normal e aceitável.

“A moral de nossas crianças está em perigo. E, com ela, toda a estrutura da família brasileira. Há muito tempo, os meios de comunicação de massa deixaram de mostrar situações em que a família podia ser vista sob ângulos positivos, onde a relação entre os sexos era permeada de amor e compreensão. A infidelidade conjugal tornou-se uma rotina, na qual o desamor e a troca de casais é a regra. Quase não existem mais propagandas sem apelos sensuais.

É impossível avaliar o que essa visão deformada do mundo e das relações sexuais vai causar no futuro, como também, todo o mal que ela vai trazer ao amadurecimento de nossos filhos. Mas, na medida em que ela mostra situações nas quais a família é vista sob um prisma negativo, é possível prever a profunda desordem moral que ela tende a causar no ser humano de amanhã e que já causa no jovem e na criança de hoje.

Ordem e tranquilidade são fundamentais para o progresso de uma nação. Sua manutenção não está vinculada apenas, como muitos pensam, ao desenvolvimento econômico e cultural do país, mas também, à preservação de seus mais fortes valores morais.

Há quem diga que, para evitar os programas de televisão, basta desligar o botão do aparelho. Isso não é verdade. Primeiro, porque hoje os celulares e a internet estão dominando amplamente nosso dia a dia. Tempos atrás, a TV era um hábito social, bem diferente dos dias atuais.

Uma atitude repressiva dos pais em relação aos aparelhos celulares só pode levar a uma tensão com os filhos e ao desajustamento das crianças frente a seus colegas. Em um país no qual a falta de recursos da maior parte da população priva as pessoas de maiores opções de lazer, afirmar que alguém deve desligar o celular é parecido com o conselho de Maria Antonieta, Rainha da França: “se não têm pão, que comam brioches”.

A reflexão, a análise, a discussão devem começar em casa e nas salas de aula. “Ajudados por uma autocrítica dos meios de comunicação de massa, poderemos crescer dentro dos princípios da mais sólida moral, e contribuir para o futuro do país”, de acordo com Marlene Schmidt, líder de um movimento no Rio de Janeiro.

Segundo Marlene: “… não podemos nos esquecer de uma coisa: sexo é maravilhoso. Tão maravilhoso que não deve nunca ser visto de uma forma deturpada, e, muito menos, separado do amor. Sexo não é um objeto de estudo científico, que deve ser mostrado no laboratório.

Não! Sexo é profundo mistério que envolve a relação entre um homem e uma mulher, é a profunda beleza que envolve a gestação dos filhos. Não se pode deturpar o sexo, como os meios de comunicação de massa vêm deturpando, porque isso é distorcer a própria essência do ser humano, e a própria razão da vida”.

Fica, então, a pergunta: Se estamos falando de ‘essência’, de elementos inatingíveis que constituem o elo entre as pessoas, e entre elas e Deus, podemos considerar impossível a convivência da moralidade pública com as liberdades públicas?
É hora de todos nós nos levantarmos, para defender nossos valores mais sublimes, independentemente de nossas posições políticas ou discordâncias pessoais. É tempo de salvarmos nossas crianças!

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