Dia a dia

Dia a Dia

22 de abril de 2023

LÉA BOUGLEUX

Como será o futuro dos nossos filhos e netos?

Penso: Alguns anos atrás a resposta era sempre a mesma: O futuro está nas mãos das nossas crianças.
O que foi feito com elas?

As mudanças acontecem tão rapidamente que não dá tempo de assimilar todas as novidades necessárias e importantes. Com o advento da tecnologia, descobertas fantásticas aconteceram. A cada dia muitas informações. A internet veio com soluções rápidas e eficientes, celulares, computadores etc.

Nossas crianças e jovens foram engolidos por elas. Vemos também o seu uso na proliferação de mentiras, falcatruas e degradação do homem.

Constato que é “normal” vermos crianças com celulares, deixando de brincar. Quando maiores, filmes e jogos são os preferidos.
Alguns pais são atentos, outros nem tanto, para alguns é a hora de seu descanso. Fico pesarosa em pensar nessas crianças que não brincam. Não vão ter histórias da infância para contar.

Já é comum encontrar jovens com problemas comportamentais sérios, devido ao uso constante de jogos violentos e desafiadores.

Por vezes, ou muitas vezes, a saúde pública não os assiste e a família com baixa renda não pode arcar com os tratamentos adequados.

Assistimos a muitos deles sendo aliciados ao uso de drogas e consequentemente para o crime organizado, onde o dinheiro corre solto.

Concomitantemente, jovens de classe alta e média, descontentes com suas vidas de tudo ser fácil, tudo tenho, vão buscar aventuras nas drogas. Daí o aumento da criminalidade como estamos vendo. Cidadãos de bem, família, prisioneiros em suas casas e bandidos sendo soltos. Estamos vivendo dias difíceis.

Infelizmente não vejo perspectiva de melhora. A Luz no fim do túnel se apagou.
É evidente que as mudanças não estão na sua totalidade contribuindo para o bem. O que era passado pelas famílias como valores éticos e morais, regras de bom comportamento, responsabilidade e respeito estão sendo encarados como retrógrado, ultrapassado, em nome de uma certa liberdade que na verdade torna-se libertinagem.

Muitos não sabem o significado e o valor exato de ser livre. Noutro dia, conversando com um jovem, ele me disse que ser livre é fazer o que quiser, inclusive passar por cima de quem interferir no seu caminho e nas suas escolhas.
Sem valores e sem DEUS tudo tende a piorar. A geração que aqui está, à qual atribuímos o nosso futuro, foi criada na base do poupá-los, sob o argumento de “vou dar ao meu filho tudo que eu não tive”.

As pessoas da geração dos anos 60, 70 e 80 trabalharam duro desde pequenas, ninguém morreu de trabalhar e nem ficou revoltado.

As nossas escolas eram nossa segunda casa, o mesmo respeito que tínhamos com nossos pais levávamos para a escola. Professores eram respeitados e amados. Ai de nós se chegassem reclamações por desrespeito ou mau comportamento.
O que era certo tornou-se antiquado.

Coisas do século passado.Hoje a correção e o trabalho podem causar traumas. Perdeu-se o respeito. Não sabem que compromisso é coisa séria. Não tem ideia, e/ou não querem assumir responsabilidade.

O erro agora é normal. Algumas décadas se passaram e o sonho de um futuro promissor caiu por terra. Hoje é preocupação. A educação foi colocada em último plano. A família perdeu seus valores. Despediram DEUS de suas vidas. “Dê pão e circo ao povo, isso basta”.
Ainda há chance dos nossos netos terem no futuro uma vida boa de se viver?

LÉA BOUGLEUX, escritora, integra a Associação Cultural dos Escritores de Passos e Região, cujos membros se revezam na autoria de textos desta coluna aos sábados