30 de janeiro de 2024
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Você se acha uma pessoa essencialista?
O livro “Essencialismo” me trouxe algumas reflexões logo no início da leitura, o autor Greg McKeown fala sobre comportamentos que eu venho colocando em prática nos últimos anos com sucesso. Adaptei a minha agenda para trabalhar somente o necessário para eu ter conforto, nada além disso, pois entendi que menos é mais.
Sempre dei muito valor a minha família, a famosa frase que já circulava há anos via e-mail sobre estar presente com os filhos sempre foi um norteador em minha vida. Eu podia estar no meio da construção de um texto como estou fazendo agora, mas parava tudo para olhar para meus filhos nos olhos e dar a atenção que eles solicitavam. Vejo que aprendi na prática que devemos ter uma meta reduzida, porém com mais foco e dedicação.
Apesar de minha carreira ser importante para mim ter tempo com a minha família sempre foi a minha prioridade, hoje meus filhos são adultos, mas eu mantenho a agenda como antes. Preciso tempo para ler e estudar sobre os casos que atendo, pois é essencial para eu trabalhar bem, mas isso seria impossível caso eu ocupasse todos os horários da minha agenda. Mas claro que como qualquer ser humano eu cometo meus deslizes, mas é exceção e não regra.
Greg reforça que quando mantemos a disciplina em fazer somente o essencial deixamos de perder tempo e energia com o trivial, somente desta forma conseguiremos mergulhar no que é importante colhendo melhores resultados. Mas você que trabalha em empresas e é uma pessoa multitarefa pode me questionar como fazer isso. O autor nos mostra que além de possível essa mudança de comportamento, essa nova postura te fará ser mais valorizado.
Pense na quantidade de tarefas que assume não somente no trabalho, mas em casa também, como se sente que está ficando exaurido. Os primeiros sintomas de que está sobrecarregado é a insônia, crises de ansiedade, abusos alimentares, mas também tem quem perde o apetite, fica irritado, impaciente, descontando todo estresse nos familiares.
É importante ficar claro que os não essencialistas se interessam por várias alternativas e acabam desfocando do que é importante, não mergulham fundo nas alternativas, levando à distração e menos produtividade.
Ao passo que os essencialistas também se interessam por várias possibilidades, avaliam cada uma delas, podendo dessa forma escolher a que julgam melhor para elas. A grande sacada é justamente olhar, pesquisar, se aprofundar, para assim ter as informações que lhe darão sustentação ao realizarem a escolha mais correta.
O caminho não é agradar o chefe, o parceiro, os familiares, e sim aprender a escolher, valorizar o que queremos e podemos fazer acima de tudo, para então ter condições de construir um caminho com ações mais produtivas. Muitos erram justamente por medo de desagradar e até de ser dispensado da função que ocupa, mas esse é um grande engano. Para se destacar é preciso fazer bem feito algo realmente importante, e não fazer o papel daquele que apaga fogo e entrega um serviço aquém do esperado por não ter tempo hábil para realizar um excelente trabalho.
Quando aprendemos a simplificar ganhamos mais tempo, mais qualidade de vida e consequentemente mais produtividade no que escolhemos realizar. Mudar requer coragem, estudo e principalmente disposição de mudar velhos conceitos sobre ser uma pessoa produtiva e eficiente.
LUCIANA KOTAKA. Comportamento, saúde e obesidade