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Dia a Dia

LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO

Dicas para o seu barco afundar – Parte 2 (final)

Não agendar compromissos. Quem não é patrão do seu tempo, não terá tempo para curtir o sucesso. (05) – Agendar compromissos, de certa maneira, é uma forma de planejamento. Os compromissos devem ser listados e por ordem de preferência. Alguns terão maior importância ou urgência, outros ficarão para o final da lista.

Todavia, não existe compromisso que seja totalmente desprezado. Todo compromisso tem sua importância, nem que seja moral. Esquecer de cumprimentar alguém da família, um parente, um amigo mais chegado, pelo seu aniversário ou pela formatura em alguma escola, não deixa de ser um compromisso importante.

Esquecer, pode até acontecer devido a correria do dia após dia, mas não trará consequências maiores, a não ser, talvez, alguma mágoa passageira. É algo que possa ser corrigido, pode-se cumprimentar a pessoa posteriormente e até pedir desculpa por não fazê-lo no dia certo.

Há compromissos que não podem ser adiados e nem esquecidos, portanto, é a pessoa que sabe o que é importante ou não e que não pode ser postergado. Hoje, existem até tratados e cursos de como administrar o próprio tempo, nos quais ensinam as técnicas para organizar o tempo e as prioridades.

Na verdade, o que mais ouvimos no mundo empresarial ou profissional é a desculpa da falta de tempo. Algumas, esfarrapadas e aceitamos por educação e para não causar polêmica. Percebe-se que o problema é a falta de organizar o tempo, ou seja, de planejar o tempo. Há muitos anos, escutei de um fazendeiro, tio de minha esposa, o seguinte caso.

Ele negociava com outro fazendeiro que vivia convidando-o para conhecer sua fazenda. Ele se desculpava sempre dizendo que não conseguia tempo. Um dia, o fazendeiro lhe disse: “ – Tempo é interesse.” Uma lição que também aprendi com ele, ao me contar tal fato. É só observar o que acontece.
Desconsiderar a ética. (06) – Eu aprendi que existe uma diferença entre ética e moral. A moral pode sofrer evoluções, alterações com o tempo e as mudanças de pensamentos e costumes. É só observar as vestimentas e comportamentos existentes há cem anos e como tudo ocorre hoje. São costumes que implicavam em moralidade e que hoje estão mudados. Não é preciso ir muito longe para se perceber as drásticas mudanças.

Já, a ética, eu aprendi que ela é imutável. Roubo, furto, corrupção, prevaricação e muito mais, aprendi que são desvios éticos. São considerados até crimes. Toda e qualquer pessoa tem por obrigação considerar a conduta ética como um farol na sua vida e que deve se orientar por ele e jamais permitir algum desvio. Infelizmente, nem todos pensam assim, mas é a humanidade, repleta de qualidades e também defeitos ou falta de caráter.

Valorizar o que está distante e desprezar o que está perto. (07) – Acredito que aqui se refira a sonhar com algo que está muito longe ainda e não perceber que por perto podemos ter soluções mais viáveis, caminhos mais fáceis de serem percorridos. Já paramos para pensar que isso não ocorre apenas no mundo empresarial ou profissional? É constante ocorrer na própria vida familiar.

Pessoas preocupadas apenas com o sucesso, que, às vezes ainda está um pouco longe, relaxam com relação aos próprios familiares. Não acompanham a vida do cônjuge, não veem os filhos crescerem, não se importam com a própria casa. Tal fato está também ligado à preocupação apenas com o dinheiro, ou não? Assunto para se pensar. Lembremo-nos do ditado latino: “A natureza não dá saltos”.

Arrogância. O sucesso traz a arrogância que é mãe do fracasso. (08) – Esta palavra aqui pode ser considerada mãe de muitas desgraças, insucessos e fracassos desastrosos. Pessoas não preparadas emocionalmente para o sucesso, mas capazes de conseguir o sucesso, a plena realização empresarial ou profissional, podem ter o seu ego inflamado a ponto de não conseguirem distinguir o uso do sucesso de forma equilibrada, como um bem para si próprias, a família e para a sociedade.

A arrogância, então, encontra nessas pessoas, uma acomodação genial para fazer delas pessoas soberbas, geniosas, mais gananciosas ainda e irascíveis. A arrogância faz com que elas se tornem insuportáveis e as pessoas se afastam delas cada vez mais. Ficando isoladas, paulatinamente ou mesmo de forma mais acelerada, elas perdem o seu campo de atuação e um dia, se veem sem clientes ou sem trabalho. Tudo, fruto da arrogância e falta de, ao menos, um pouco de humildade. O sucesso ocorre para somar e não para subtrair o que existe de bom.

LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO, professor de oratória e de técnica vocal para fala e canto em Carmo do Rio Claro/MG, ex-professor do ensino comercial com reg. no MEC, formado no curso normal superior pela Unipac. E-mail: lgwintherdecastro@gmail.com

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