LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO
Aída Curi, vítima de curra – Parte 3
As investigações deram curso pelos policiais indicados e o caso passando pelo médico legista. O médico legista foi o doutor Mário Martins Rodrigues, do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. O termo autópsia é derivado do grego e significa ver por si próprio. Significa o exame cadavérico ou necrópsia (ou:necropsia = tônica no “sia”) para determinar, em um cadáver, a causa da morte, as consequências dela, se foi crime ou alguma doença ou as duas causas ao mesmo tempo.
Uma violência pode causar um mal súbito, um ataque cardíaco, assim acredito. Um médico saberia esclarecer melhor. O médico concluiu que a moça morreu virgem, o ato sexual não foi consumado. O corpo estava totalmente machucado pela violência sofrida: escoriações e equimoses por conta de unhadas e socos.
No lado esquerdo do peito, sinais profundos de unhadas nas coxas, no pescoço, no ventre, arranhões e equimoses no abdômen. Um soco provocou ruptura interna do lábio superior. Tentativas de estrangulamento geraram sinais de um trauma forte no queixo. Por tentar se defender ficaram marcas nos braços, antebraços, dorso das mãos e no pulso. Também havia algumas marcas no tórax, que pareciam resultados de mordidas. Pelos exames do cadáver, foi possível verificar a tamanha selvageria pratica contra a infeliz moça.
As roupas da jovem passaram pelos laboratórios do Instituto Criminalista do Departamento Federal de Segurança Pública.
Para reconstituir as cenas do crime, os peritos do governo concluíram que a moça foi submetida por trinta minutos aos cruéis sofrimentos e violências. Segundo eles, apenas um agressor não conseguiria levar à exaustão a jovem, mesmo usando de muita violência.
Teriam de ser, no mínimo, dois agressores espancando a vítima ao mesmo tempo até levá-la ao desmaio. O doutor Mário Martins Rodrigues também constatou não encontrar nenhum estado de debilidade orgânica na jovem. Ela não seria levada facilmente ao estado de exaustão total, de esgotamento físico.
Ronaldo informou ter saído do prédio para se encontrar com Zilza Maria Fonseca, às 20 horas e 15 minutos. Seria bem antes do corpo de Aída cair do terraço do décimo segundo andar. O perito Murilo Vieira Sampaio, com a maior exatidão que lhe foi possível, calculou o tempo que durou o crime. Ele cronometrou o tempo durante a reconstituição do crime.
A cronometragem mostrou que Ronaldo não poderia ter deixado o local do crime às 20 horas e 15 minutos, para encontrar-se com Zilza Maria Fonseca, considerada depois, uma farsante. Às 20 horas e 20 minutos ele ainda rondava o prédio ao lado de Aída, tentanto achar um local para levá-la para a curra. Várias pessoas viram os dois, inclusive Luiz Beethoven Cabral Leme.
Este, se apresentou à polícia e contou que estava na Rua Miguel Lemos em companhia de duas jovens, Suely Weydt e Ivani Prado. Por eles cruzou um rapaz, cabo do Forte de Copacabana, Amaury Freire. Luiz Leme perguntou as horas para o cabo. Eram 20 horas e 20 minutos. Alguns instantes depois, os três, Luiz e as duas moças, viram Ronaldo passar ao lado de Aída. (Algo aqui, vejo eu, está esquisito. Não mencionaram se a moça estava sendo levada à força ou estava assustada por ameaça violenta?)
O caso de Aída Curi, a pobre moça vítima de tamanha maldade, de diabólica crueldade teve um longo processo, com altos e baixos. Foram tentativas de forjar o local do crime, mentiras, o pai de Ronaldo usando o poder do dinheiro para salvar o filho e comprar testemunha falsa, enfim, demosntrando ele próprio ser também um mau caráter.
Que um pai proteja o filho, contrate advogados bons para sua defesa, tudo bem! Que o faça, entretando, dentro da lei, dentro do que é certo e não jogando sujo. Quanto à mãe de Ronaldo, não há notícias sobre ela. Não se sabe se também era conivente e protegia o filho dos seus crimes ou era forçada a suportar a situação.
No depoimento da prima de Ronaldo, Mariza Eneider Castro, lembremos que ela disse se calar por muito tempo a pedido dos pais dele. Significa que a mãe também protegia o filho marginal. Tentemos acreditar que a mãe deva ter sofrido muito também.
Os pais, principalmente a mãe, geralmente se questionam muito, buscando descobrir onde foi que erraram na educação do filho. Acreditaríamos que a índole desse rapaz era diabólca, mesmo?! Com a palavra psiquiatras e psicólogos!
Ainda teremos mais textos pela frente, para completar o assunto.
LUIZ GUILHERME WINTHER DE CASTRO, professor de oratória e de técnica vocal para fala e canto em Carmo do Rio Claro/MG, ex-professor do ensino comercial com reg. no MEC, formado no curso normal superior pela Unipac. E-mail: luizguilhermewintherdecastro@hotmail.com