13 de setembro de 2023
GISELA SAVIOLI
Estudos científicos e práticas de saúde constatam que a inflamação do corpo está na gênese de todas as doenças crônicas da atualidade – da obesidade aos problemas cardiovasculares, do cansaço ao Alzheimer.
Quando o corpo se sente atacado, libera uma resposta inflamatória para reparar eventuais perdas e danos. É uma defesa natural, pois o organismo quer lutar contra agentes como infecções por bactérias, vírus, parasitas, ferimentos ou traumas. Essa situação é aguda e o processo inflamatório tem início, meio e fim.
Entretanto, o problema é quando a inflamação não cessa e se torna crônica. Este é o nome dado pela ciência para essa resposta inflamatória que permanece, não se desliga, dura meses e até anos. A mobilização das células de defesa do corpo não cessa jamais e, em vez de recuperar a lesão, vai danificando a própria estrutura do corpo de forma profunda, silenciosa e invisível.
Um dos estragos é a lesão no revestimento das artérias. Já no sistema nervoso, quando o cérebro permanece inflamado, ele pode desenvolver Alzheimer ou outros tipos de demência, Parkinson, depressão, ansiedade. Se o processo de inflamação incessante perdura nas articulações, desenvolve artrite e dores que não passam.
Já no pâncreas, a inflamação pode levar à resistência à insulina, o primeiro passo para o desenvolvimento do diabetes tipo 2 e da obesidade. Grande parte dos casos de câncer hoje também tem como causa a inflamação crônica. Sem falar nos incômodos do dia a dia, alergias, cansaço, problemas de pele, tudo isso pode ser consequência de um corpo inflamado.
Muitas pessoas acreditam que a genética é determinante para a manifestação de doenças, olhando isoladamente para cada uma das sequelas da inflamação. Entretanto, a genética que herdamos determina no máximo 20% de como envelhecemos, e se vamos ou não manifestar certas doenças. Os pesquisadores são categóricos em afirmar que mais de 80% do que experimentamos em nossa saúde e bem-estar estão relacionados às escolhas que fazemos todos os dias.
O primeiro passo para conter a inflamação crônica é parar de alimentá-la e colocar em prática os sete pilares da desinflamação: oferecer nutrientes “adorados” pelas bactérias boas que compõem a microbiota intestinal, como as fibras encontradas nos alimentos naturais; ter um sono reparador; priorizar uma dieta com folha, legumes e frutas, depois peixes e ovos, e, por fim, carne vermelha em menor quantidade; fazer uso dos “superalimentos” (retirados da terra), como o alecrim, a sardinha, o ovo, a batata yacon, o coco, a couve; gerenciar o estresse (a qualidade da nossa saúde mental está atrelada à nutricional); praticar exercícios físicos, seja caminhada, treino em academia, aula de dança; e não negligenciar a hidratação (ingerir, pelo menos, um copo de 200 ml de água a cada uma hora).
Nos meus 15 anos de experiência clínica, atestei que essa metodologia pode contribuir para você retomar as rédeas da sua saúde!
GISELA SAVIOLI, nutricionista clínica funcional, fitoterapeuta, escritora e apresentadora do Programa “Mais Saúde”, pela Rádio e TV Canção Nova.