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Dia a Dia

DÉCIO MARTINS CANÇADO

PSICA… O QUÊ?

A ‘Psicastenia’ é uma doença mental, uma psicose, de difícil diagnóstico, que causa vários problemas como insegurança, medo e ansiedade, deixando a pessoa vulnerável. A palavra é formada de “Psique” – alma, e “Astenia” – fraqueza, portanto, é: fraqueza da alma, da psique.

Se esses sintomas citados, acrescidos de dúvidas e baixa autoestima, aparecem em grau elevado, a pessoa pode estar sofrendo de ‘Psicastenia’, caracterizada por obsessões, ideias fixas, tiques, incertezas, períodos de emoção exagerada e depressão.
A psicóloga Sylvia Sabbato explica que as manifestações do problema variam de acordo com a personalidade de cada pessoa, além da sua história de vida.

Sabemos que é na infância que a personalidade se forma e que, em cada fase desse período, a psique vai amadurecendo e sendo construída. É quando o indivíduo passa a consolidar a confiança em si mesmo. Dessa forma, os sinais de manifestação da doença estão relacionados à parte falha, ao ponto fraco que ficou na formação da personalidade. As condições da vida adulta do paciente também poderão influenciar.

Em relação às causas, ela explica que, para todo distúrbio psicológico existe uma regra básica. Assim, se uma pessoa possui antecedentes com o problema na família, há 30% de chances de ela desenvolver o mesmo distúrbio. Caso tenha enfrentado condições adversas na infância, as chances crescem para 60%. Por último, se existe alguma situação traumática na vida dessa pessoa, o número salta para 90% de chances.

Os traços comuns são: o excesso de trabalho, as metas e objetivos cada vez mais difíceis e as cobranças externas. Tendemos a cobrar mais de nós do que somos capazes, e o fazemos de modo tão natural que não percebemos o quanto nos prejudicamos, ressalta o psiquiatra José Paulo Pinotti.

Não há um perfil definido de pessoas mais propícias à ‘Psicastenia’; o que influencia no seu aparecimento é o histórico individual. Por ser um diagnóstico difícil, em função dos inúmeros ‘sinais’ do problema, ele também é dificultado porque não há um estudo que indique o percentual da população mundial acometido por ele.

As consequências da doença podem ser variáveis. Uma pessoa com medo extremo, por exemplo, tende a não querer ficar sozinha. Dessa forma, ela não sai de casa, fica reclusa, e as pessoas à sua volta acabam limitando suas atividades pessoais para lhe fazer companhia.

Há também a visão da “Psicanálise Integral”, de Norberto Keppe, afirmando que as pessoas adoecem pela atitude de negação e oposição à consciência. Assim, o ser humano tende a guardar no inconsciente tudo o que não gosta de perceber sobre ele mesmo e sobre os demais.

Ele acredita que “ver” os problemas é “tê-los”, mas, na verdade, tomar consciência e enxergar o que está acontecendo é a única forma de ter controle sobre a situação. No momento em que a pessoa começa a ir contra suas próprias características pessoais, ela desenvolve a insegurança e a indecisão.

Para que o tratamento da Psicatenia seja eficaz, o foco da psicoterapia não deve ser a doença em si, mas sim, os aspectos saudáveis que a pessoa possui. Antes de qualquer coisa, é preciso que ela volte a acreditar em si mesma, melhorando a autoestima e enxergando resultados positivos em suas iniciativas e decisões.

A partir do momento em que o paciente começa a observar esses resultados, ele pode iniciar a caminhada em busca de melhorar sua saúde, diariamente, através de hábitos saudáveis. Os remédios envolvidos no tratamento variam de acordo com os sintomas apresentados. No geral, são utilizados antidepressivos e medicamentos contra a ansiedade.

Sylvia garante que a cura existe, uma vez que poucas doenças de ordem psicológica não são curáveis, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, estes mantidos apenas sob controle. O tempo do tratamento varia, mas é necessário, no mínimo, um ano de acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

Por ser um problema relacionado aos traumas e à formação de personalidade, a melhor forma de evitar a Psicastenia é proporcionar um desenvolvimento saudável durante a infância. Além disso, é preciso evitar o máximo possível que o ‘estresse’ faça parte da vida da pessoa.

Para os que convivem com quem tem Psicastenia, é necessário saber como lidar com elas. Alguns conselhos são: 1º) Tenha paciência e tolerância. 2º) Reveze com alguém determinadas funções, como levar ao médico ou ao psicólogo. Se a responsabilidade ficar na mão de uma só pessoa, ela também poderá ficar doente. 3º) Ofereça ajuda ao paciente. Chega um momento que ele está tão cansado de sofrer que a aceitará facilmente. 4º) Fique atento! O sofrimento do paciente é grande e, por isso, ele pode chegar a tentar suicídio, diante do desespero.

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