Por Adriana Dias / Da Redação
26 de dezembro de 2020
A Clínica Doze Pilares está montada em um espaço na MG-050 onde funcionava o Recanto Geriátrico de Passos. / Foto: Divulgação
PASSOS – A Fundação Beneficente São João da Escócia firmou uma parceria com a assistente social, Gleida Dias Souza, que montou nas dependências de onde funcionou o Recanto Geriátrico de Passos, na rodovia MG 050, a Clínica Doze Pilares para o tratamento de pessoas com dependência química e alcoólica. O primeiro recuperando foi acolhido no dia 1º de setembro e já tem vários clientes, sendo que a maioria é de Passos.
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Com o slogan ‘Um novo caminho. Uma nova vida’, a diretora-geral da clínica, Gleida Dias, assegura que o foco é o desenvolvimento e evolução pessoal através do autoconhecimento, e para isso trabalham com excelência, para que a recuperação seja algo possível para todos os que passarem pela clínica.
A parceria foi de que a cada 10 pacientes internados de forma particular, a FBSJE tenha uma vaga social, que será utilizada de acordo com os critérios da própria instituição maçônica para atender gratuitamente famílias necessitadas. A FBSJE por mais de 40 anos manteve o Hospital Otto Krakauer, que atendia pacientes com transtornos mentais e também aqueles que porventura tivessem alguma patologia após o uso de álcool e outras drogas.
De acordo com Gleida, que atua na área da saúde há 16 anos, com especialização em intervenção familiar, e mãe de um adicto, a Clínica Doze Pilares tem capacidade para 120 recuperandos e que, portanto, são 12 vagas disponíveis para a Fundação.
“Instalada em um local amplo e arejado, a Clínica Doze Pilares oferece aos seus residentes conforto, bem estar e qualidade de vida. Sabemos que não é tarefa fácil lidar com o afastamento sócio-familiar. Além da saudade do aconchego do lar, a adaptação a um novo ambiente é por vezes difícil, por isso nossas instalações foram pensadas para proporcionar uma experiência cotidiana de tranquilidade e paz às pessoas a quem oferecemos tratamento. Para nós, fazer com que nossos residentes nos enxerguem como uma extensão de seus lares é essencial”, contou a diretora.
A clínica oferece tratamento voluntário e tratamento involuntário; tratamento de prevenção à recaída; tratamento para co-dependência; acompanhamento individual e acompanhamento familiar, além de assistência social, psiquiatria, psicologia, enfermagem, nutricionista, terapias diversas.
“Depois da recaída que trabalhamos com terapia racional emotiva (TRE) terapia cognitiva comportamental (TCC) doze passos, Programação Neurolinguística (PNL), prevenção a recaída (PPR) inclusive atendemos as comorbidades devido ao uso abusivo de drogas álcool. Toda equipe é qualificada e capacitada”, informou.
Com relação às acomodações, Gleida contou que a clínica disponibiliza quartos individuais (suíte), quartos duplos (suíte). Sala de TV com canais a cabo, academia, piscina, campo de futebol, lavanderia industrial, cozinha industrial, refeitório e área verde em um espaço total de mais de 10 mil metros quadrados.
“Os recuperandos iniciaram os trabalhos para uma horta como forma de terapia. Eles estão utilizando muito o campo de futebol que foram eles mesmos que ajudaram a fazer. Esta é uma maneira de se sentirem importantes e ocupados, resgatando valores e princípios. Também realizam a laborterapia sendo que são responsáveis pela manutenção da limpeza de seus quartos, de suas roupas, alguns ajudam na alimentação”, contou Gleida.
Para conseguir todos os alvarás necessários para a abertura da Clínica Doze Pilares, Gleida Dias explicou que foram necessárias várias reformas no espaço onde era o Recanto Geriátrico. “Ficou um espaço bem aconchegante e acolhedor”, disse.
O presidente da Fundação Beneficente São João da Escócia, Piassi Giovani contou que o Recanto Geriátrico de Passos funcionou mais de 35 anos atendendo idosos de Passos e região.
“A FBSJE ainda existe, é proprietária do espaço onde hoje está funcionando a clínica de reabilitação. Por esta parceria, firmada em maio de 2020, a fundação mantém um espaço na área administrativa, sem qualquer influência na parte clínica. E, na parte administrativa no que diz respeito à fundação, documentos. Teremos uma contrapartida financeira, que ainda não está sendo transferida, por conta da compensação dos investimentos feitos no local. E, tem as vagas sociais para a manutenção da filantropia. A regra desta internação que anteriormente era só voluntária, agora mudou e pode ser involuntária, possibilitando às famílias fazerem as internações”, disse.
O Recanto deixou de funcionar por motivos evidentes e foram financeiros.
“O custo ficou insustentável frente à crise. E, não havia outra fonte de receita. Minimamente a fonte de receita que existia com algumas ações que o Hospital Otto Krakauer fazia, possibilitava certo equilíbrio. Mas, com o fechamento do hospital, a crise se agravou. O custo de manutenção de um idoso é alto e sem uma fonte externa, impossível manter”, afirmou Giovani.