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Dermatologista alerta sobre o diagnóstico do câncer de pele

Dermatologista ressalta que a alta incidência desse tipo de câncer está relacionada à exposição excessiva ao sol sem proteção adequada. / Foto: Reprodução

Carlos Renato

PASSOS – A dermatologista Graziela Castro Ribeiro do Valle, médica cooperada da Unimed Sudoeste de Minas, alerta para os cuidados, diagnóstico precoce, sintomas e tratamentos adequados contra o câncer de pele. Neste mês é celebrado o ‘Dezembro Laranja’, que luta para a prevenção e conscientização da doença no país.

Segundo o Hospital Regional do Câncer (HRC) de Passos, o câncer de pele tem a maior incidência de casos confirmados, representando 33,4% do total de atendimentos recebidos na instituição desde o ano de fundação em 2009. O hospital atende pacientes acometidos com mais de 40 cânceres, reforçando a importância dos cuidados com a doença.

A dermatologista ressalta que a alta incidência desse tipo de câncer está relacionada à exposição excessiva ao sol sem proteção adequada, que fica potencializado por conta do Brasil ser um país tropical.

“Além do sol, outros fatores também devem ser observados, que incluem o aumento da expectativa de vida, o que expõe a pele a anos de danos cumulativos, e a falta de conscientização sobre cuidados preventivos, como uso de protetor solar e roupas adequadas”, aponta.

Segundo a médica, o câncer de pele ocorre quando células da pele se multiplicam de forma descontrolada devido a danos no DNA, causados principalmente pela radiação ultravioleta.

“Ele pode se manifestar de diferentes formas, sendo dividido em tipos de menor e maior gravidade. Esses sinais e sintomas podem variar, mas incluem: lesões que não cicatrizam ou que sangram facilmente; manchas ou feridas que coçam ou causam dor; pintas que mudam de cor, tamanho ou formato; e nódulos ou placas avermelhadas e descamativas. É importante observar lesões persistentes ou novas alterações na pele”, alerta.

Conforme adverte Graziela, a pessoa deve buscar ajuda de um profissional médico quando notar qualquer alteração na pele, como crescimento de lesões, mudança em pintas ou feridas que não cicatrizam após semanas. “Também é recomendável realizar consultas preventivas, especialmente para quem tem histórico pessoal ou familiar de câncer de pele”, informa.

De acordo com a dermatologista, os principais tipos de câncer de pele são o Carcinoma Basocelular (CBC), sendo o mais comum e menos agressivo, raramente se espalha para outros órgãos, e o Carcinoma Espinocelular (CEC), sendo mais agressivo que o CBC, podendo invadir tecidos adjacentes e, em casos avançados, causar metástase.

“Além desses dois tipos, tem ainda a melanoma, considerado o tipo mais grave, por ter alta taxa de metástase e de mortalidade. No entanto, quando detectado precocemente, tem boas chances de cura”, explica Graziella.

Exames

A médica aponta três exames mais usuais para o diagnóstico do câncer de pele e que são recomendados para serem realizados. “A dermatoscopia é um exame não invasivo para avaliar lesões suspeitas com uma lente de aumento especial. Já a biópsia remove parte ou toda a lesão para análise patológica, confirmando o diagnóstico. E ainda, os exames de imagem, em casos de melanoma avançado, podendo ser necessários para avaliar metástases”, diz.

Tratamento

Sobre o tratamento da doença, a médica dermatologista ressalta que depende do tipo e estágio do câncer, que podem necessitar de intervenções mais invasivas.

“O tratamento depende do tipo e estágio do câncer, temos a possibilidade de realizar a cirurgia excisional, que é a remoção completa da lesão com margens de segurança. Pode ser feita a cirurgia de Mohs, que é uma técnica especializada para remover camadas finas de pele até eliminar todas as células cancerígenas, indicada para locais sensíveis como rosto. Os médicos podem recomendar as terapias tópicas, para casos iniciais de carcinoma, como cremes imunomoduladores. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser indicadas para os casos avançados ou inoperáveis, ou ainda a terapia alvo e imunoterapia, utilizadas no tratamento de melanoma avançado”, explicou Graziela.

Após o tratamento, a médica orienta que é essencial realizar acompanhamento regular com o dermatologista para monitorar recidivas ou novos casos de câncer. “A frequência das consultas varia de acordo com o tipo de câncer e histórico do paciente, podendo ser semestral ou anual”, ressalta.

Segundo reforça a dermatologista, a prevenção sempre é o melhor remédio. “O uso diário de protetor solar, chapéus, roupas de proteção e óculos de sol são medidas fundamentais. Evitar exposição solar entre 10h e 16h também é importante”.

“Além disso, é essencial realizar autoexames regulares e consultar um dermatologista periodicamente, principalmente se houver histórico familiar da doença. A Unimed Sudoeste de Minas oferece suporte completo, promovendo a saúde e conscientização para prevenir o câncer de pele”, informa Graziela.

Ela reforça ainda que o dermatologista é o especialista apto a diagnosticar e tratar o câncer de pele, mas dependendo da complexidade do caso, outros especialistas, como oncologistas e cirurgiões plásticos, também podem ser envolvidos no tratamento.

Dezembro Laranja

A campanha ‘Dezembro Laranja’ foi criada no ano de 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com o objetivo de alertar, prevenir e conscientizar sobre o câncer de pele, que é o tumor de maior incidência no Brasil.

Por ser um país tropical que convive com altas exposições solares, a SBD instituiu a campanha neste mês pelo início do verão nos países do hemisfério sul, buscando a prevenção e detecção precoce do câncer no maior órgão do corpo humano.

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